UTIs voltadas ao combate à Covid-19 ficarão ativas após a pandemia

O resultado inicial das audiências públicas promovidas pela comissão que acompanha os gastos com a Covid-19 surgiu no primeiro dos seis encontros promovidos pela Assembleia Legislativa, nessa segunda-feira (17/8). O secretário estadual da Saúde, Andre Motta Ribeiro, afirmou que o governo catarinense pretende manter as unidades de terapia intensiva (UTIs) utilizadas no enfrentamento à doença no período pós-pandemia. A ideia é atender a demanda reprimida de cirurgias eletivas, que estão suspensas para garantir o atendimento aos casos do novo coronavírus.

Dados do governo estadual mostram que há 1.482 leitos de UTI ativos em Santa Catarina. Houve uma ampliação de 85% na quantidade de leitos na pandemia.

O secretário da Saúde argumentou que cerca de R$ 1,3 bilhão em recursos federais e estaduais já foram repassados para os municípios e para os hospitais. “São mais de 174 milhões em emendas das bancadas estadual e federal”, citou.

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De acordo com ele, o governo está repassando o texto de investimentos. “O Estado está fazendo o que pode”, explicou. Segundo ele, o Ministério da Saúde teria vendido uma “certa facilidade” sobre a entrega de recursos. “Mas não mostra a forma para evitarmos problemas posteriores com o Tribunal de Contas. É preciso ser seguro para os gestores e para os hospitais”, comentou.

O diretor-executivo da Associação dos Hospitais de Santa Catarina (Ahesc), Adriano Carlos Ribeiro, defendeu uma ação conjunta pois, na avaliação dele, os hospitais “não conseguem adquirir medicamentos”. Ribeiro argumentou que é necessário “desmistificar a questão da política hospitalar catarinense, pois o valor pago não é suficiente”.

Falta de profissionais

A falta de um número adequado de profissionais de saúde também teve destaque. Fábio Lunkes, diretor-administrativo do Hospital São Paulo, de Xanxerê, falou que há problema principalmente na área de enfermagem, pois muitos integrantes das equipes de atendimento direto também estão sendo infectados pela Covid. “Temos 20 leitos habilitados mas só podemos colocar 16 em funcionamento”, lamentou, fazendo alusão à falta de mão de obra.

Intregração

Para o deputado Milton Hobus (PSD), é de grande importância a integração entre a Alesc, a secretaria e os prefeitos. “Temos que evoluir, pois estamos vivendo o pico [de contaminação] e não podemos relaxar. Tem muitas coisas na gestão que podemos melhorar, com protocolos que possam ser mais difundidos e unificados com estudo de eficácia e eficiência. E ainda temos muitos meses pela frente. Essa interação de informações é que vai fazer a diferença”, argumentou.

Presidente da Comissão de Saúde, o deputado Neodi Saretta (PT) também defendeu ser muito importante esse acompanhamento de ações. “A comissão tem feito várias reuniões e audiências, a preocupação é a implementação de fato dos novos leitos da UTI, compra de medicamentos e a continuidade na detecção precoce dos casos”, afirmou.

O secretário André Motta Ribeiro disse aos parlamentares que é reconhecida pelo governo a necessidade de aprimorar a gestão de procedimentos e que os protocolos estão sendo reforçados na atenção básica de saúde. Sobre o de testagem, de acordo com ele, o setor público não é o único responsável. “Precisamos de fato da parceria com o setor privado”, avaliou.

Com informações da Agência AL

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