Vacina: Governo de SC aguarda plano nacional e federação dos municípios pode comprar doses produzidas em SP

    Como Santa Catarina se prepara para vacinar a população contra a Covid-19

    Por Ana Ritti – redacao@correiosc.com.br

    Com a chegada do fim do ano e há 9 meses em estado de pandemia pela Covid-19, as discussões em torno das vacinas contra o vírus se acentuam, mas há poucas definições em Santa Catarina. A Federação Catarinense dos Municípios (Fecam) deve assinar nesta quinta-feira (10/12) um protocolo de intenção de compra da vacina do Instituto Butantan, em São Paulo. Já o governo estadual aguarda definições de um plano nacional de imunização, organizado pelo ministério da saúde.

    A Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, é produzida no Instituto Butantan e deve ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entre dezembro e janeiro. Nessa segunda, o governador de São Paulo, João Dória, afirmou que a campanha de vacinação inicia em 25 de janeiro e todos os brasileiros poderão se vacinar naquele estado.

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    É para essa vacina que a Fecam vai assinar o protocolo de intenção de compra, abrindo a possibilidade de comprá-las e distribuí-las por meio das prefeituras futuramente. Ainda não há previsão de prazos ou quantidades, já que o processo depende ainda da aprovação da Anvisa e do número que o Butantan poderá ofertar, mas o custo deve ser de R$ 30 a dose e cada pessoa precisaria de duas doses. Do ponto de vista logístico, a Fecam aponta que a Coronavac tem condições que facilitam a movimentação e distribuição, uma vez que ela pode ser armazenada em temperaturas de 2° a 8°C, podendo ficar em refrigeradores comuns.

    O consultor de saúde da Fecam, Jailson Lima, destaca que a decisão pelo acordo se dá em meio a incertezas no estado. “As tratativas com o Instituto Butantan ocorreram a partir de um momento em que o estado de Santa Catarina se encontrava em uma série de indecisões sobre qual governador permaneceria no cargo e diante das circunstâncias de óbito, da letalidade, índice de contaminação do Covid. A medida que o estado não tem uma posição e não temos um plano nacional de vacinação contra o corona, a Fecam tornou-se um ente político ativo para buscar clareza dos procedimentos a serem adotados”.

    O governo de Santa Catarina pretende seguir as definições do plano nacional do ministério da saúde, que vai imunizar inicialmente, em quatro etapas, os grupos de risco e trabalhadores como professores, forças de segurança e da área da saúde, entre outros. Ainda não há previsão de datas e nem quando a imunização chegaria ao restante da população.

    O secretário de saúde, André Motta, já deu entrevista afirmando que o estado prepara a logística para a imunização, como a compra de insumos e uma possível ampliação da rede de frios para vacinas que exigem temperaturas mais baixas. O estado ainda avalia a compra de doses extras e se as doses iniciais da vacina serão também para os positivados pela Covid, que em tese já estariam imunizados.

    O governo federal tem contrato firmado para aquisição e produção de mais de 100 milhões de doses da vacina de Oxford/Astrazeneza, em parceria com a Fiocruz e Biomanguinhos. O Brasil ainda integra a Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a distribuição de imunizantes licenciados. 

    Na UFSC, há pesquisas para uma vacina contra a Covid-19 a partir da BCG, mas ainda em fase inicial sem previsão de um produto final. Até essa segunda, SC já contabilizou 399.691 casos confirmados de Covid-19, com 367.340 recuperados, 28.310 em acompanhamento (casos ativos) e 4.041 mortes no estado até agora.

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