Vírus apontado como causador de epidemia de diarreia é encontrado no Rio do Brás

    Amostras reforçam tese de infecção na água do mar

    Amostras de água coletadas no Rio do Brás, em Canasvieiras, demonstram a presença do Norovírus, apontando como provável responsável pela epidemia de diarreia em Florianópolis. O curso d’água corre para o mar e está poluído com esgotos domésticos.

    O apontamento do Norovírus como possível causador da epidemia foi feito pela Secretaria de Saúde municipal a partir de dados preliminares. A análise ocorreu com amostras de fezes de pacientes com o quadro de doença diarreica aguda, a maioria no Norte da ilha, onde está a praia de Canasvieiras.

    Nesse momento, a Praia de Canasvieiras está completamente imprópria para banho, de acordo com relatório mais recente do IMA. Outros diversos balneários de Santa Catarina estão poluídos e com centenas de casos de virose similar, reforçando a possibilidade de que as pessoas estão contraindo a doença a partir de infecção na água do mar.

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    Porém, o Norovírus pode ser também encontrado e transmitido a partir de alimentos mal lavados ou preparados. Segundo a professora Gislaine Fongaro, do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da UFSC, o vírus pode se espalhar por meio da irrigação e cultivo em ambientes já contaminados. Além disso, esse tipo de micro-organismo também está associado a rotas de cruzeiros, causando surtos em confinados. “Hortifrúti e moluscos também são alvos de acúmulo desse vírus, além das águas”, pontua.

    O Norovírus detectado no estudo, tanto em amostras fecais quanto em água, são responsáveis por surtos gastroentéricos. Sua transmissão também pode ocorrer pela água e por aerossóis provenientes de fezes e vômito de pacientes infectados. “Recomenda-se fortemente a ampliação da vigilância em pacientes e águas, bem como em amostras de alimentos, principalmente de consumo direto ou minimamente processados – hortaliças e outros”, afirma a professora.

    Conforme Gislaine, a presença do vírus no rio pode indicar que ele chegue às águas por via direta de esgoto irregular. Do rio, é possível que seja transportado para o mar – muito embora os estudos de balneabilidade rastreiem bactérias e sejam necessárias mais amostras e análises.

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