26% da população de SC conta com rede coletora de esgoto

    Meta do marco legal do saneamento é 90% da população com esgoto tratado até 2033

    De acordo com dados do Painel do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), em 2020, apenas 26% do esgoto gerado dentro do território de Santa Catarina era coletado em redes públicas.

    A maior parte de Santa Catarina está longe da meta sanitária estabelecida pelo Marco Legal do Saneamento – atualizada pela Lei 14.026/2020. Como principais metas estão os alcances de 99% de abastecimento de água potável para as populações de cada município e 90% das residências com coleta e tratamento de esgoto até 31 de dezembro de 2033.

    Em SC esses números estão em 90,4% para abastecimento de água e apenas 26,1% da população com rede coletora de esgoto, o que significa que 5,4 milhões de moradores do estado não contam com a rede pública instalada em suas casas para o correto tratamento. Esse dado exclui os atendimentos com sistemas alternativos.

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    A realidade em SC ainda está bem abaixo da média nacional: 55% da população brasileira é atendida com rede coletora de esgoto. A baixa proporção de população com coleta e tratamento de esgoto significa que nos próximos 11 anos o estado de Santa Catarina deve obrigatoriamente aplicar muito recursos em saneamento.

    Também conforme o SNIS, em relação ao que é tratado de esgoto, número que é maior do que a coleta pelas redes municipais, 31,1% dos efluentes gerados em residências catarinenses recebe algum tratamento. O resto, 68.,9%, é dispersado de alguma forma na natureza, direta ou indiretamente.

    Para que os municípios consigam alcançar a meta de 90% das residências com tratamento de esgoto em 12 de dezembro de 2033, as câmaras precisam aprovar seus próprios planos de saneamento, determinando onde ocorrem as aplicações de recursos para fazer a expansão dos sistemas sanitários.

    A questão da meta de abastecimento é praticamente alcançada, com 90,4% dos moradores atendidos. O quesito que pode ser melhorado, além da robustez dos sistemas, é a diminuição da perda de água. Em média, segundo o painel, 34% da água em SC é perdida na distribuição.

    Investimentos em saneamento

    obra de estação de tratamento de esgoto em Florianópolis
    Construção de estação de tratamento de esgoto nos Ingleses, em Florianópolis: capital tem 74% de rede coletora – Casan/Divulgação/CSC

    O estado tem 795 prestadores de serviços de água e saneamento. O maior deles é a Casan, que atende 194 das 295 cidades de SC. Segundo dados da companhia no momento há uma aplicação de investimentos em obras que chega a R$ 1,7 bilhão, que deverá elevar dos atuais 33% de cobertura para 39,8% nos municípios da Casan até 2025.

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    Em Florianópolis a meta deverá ser batida antes de 2033. Estão em construção três estações de tratamento – Ingleses, Saco Grande e Insular – que elevarão dos atuais 74% de cobertura de rede de esgoto para o mínimo de 90% estabelecido pelo marco legal.

    Os investimentos em saneamento, além de básicos, se refletem em melhores condições gerais de saúde pública e ambiente. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), para cada R$ 1 real investido em saneamento, gera-se uma economia de R$ 4 em gastos com saúde.

    O painel federal de dados de saneamento também aponta que 91% da população de SC conta com coleta de resíduos sólidos e apenas 140 municípios (50,5%) têm coleta seletiva de lixo.

    Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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