O boletim mensal de setembro da Secretaria de Planejamento Estadual, assinado pelo economista Paulo Zoldan, destacou os principais acontecimentos no cenário econômico brasileiro e catarinense no segundo trimestre de 2023.

No estado, os dados são até junho, onde quatro principais setores apresentaram alta: indústria (2,6%), comércio (0,6%), agropecuária e serviços (0,8%). Porém, há alguns fatores que fazem a economia ainda oscilar. No ano, respectivamente, os resultados são de -3,8%, 4%, 17% e 11%.

Segundo a publicação, há uma busca por estabilidade institucional no Brasil, após um início de ano tumultuado. Houve melhorias no ambiente econômico, incluindo a desaceleração da inflação e a aprovação de um novo arcabouço fiscal para organizar as contas públicas. Até agora a previsão para o crescimento do PIB para esse ano está em 2,56%. Alguns dos fatores apontados para frear o crescimento econômico, nos setores que precisam de crédito, estão juros elevados e endividamento das famílias, além de influências globais que afetam a economia, como desaceleração da China.

Cenário em SC

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A economia local de Santa Catarina (PIB) continua crescendo de forma notável – cerca de 4,2% no comparativo de 12 meses – demonstrando sua competitividade, embora tenha havido uma desaceleração no segundo trimestre. O crescimento sustentado no contexto catarinense está especialmente na agricultura, enquanto a indústria e comércio, que respondem por fatias maiores, enfrentam obstáculos.

A agricultura catarinense obteve aumento de 17% na produtividade, destacando-se as safras recordes de soja, milho, trigo e cebola e queda geral de 9,5% nos preços. A produção pecuária teve mais um ano de crescimento, com destaque para o setor de exportação de suínos.

A indústria catarinense cresceu 2,6% em junho em relação a maio, mas acumulou uma queda de 3,8% no ano (jan a jun), superando a retração nacional (1,3%). A indústria local sofre com a demanda interna fraca de bens intermediários, segundo a análise, além do impacto da retração do mercado nacional por juros altos e endividamento elevado das famílias, entre outros fatores. Também houve menor demanda por insumos para construção.

Em junho, o setor de comércio de Santa Catarina e do Brasil apresentou recuperação, crescendo 0,6% e 1,2%, respectivamente, após dois meses de retração. No primeiro semestre houve um crescimento acumulado de 4,1% no estado e 4% no país. Nos últimos doze meses, o varejo catarinense cresceu o dobro da média nacional, com aumento de 2%, mas a diferença tem diminuído. Assim como na indústria, o setor enfrenta desafios devido a juros elevados, endividamento, fechamento de lojas e incertezas econômicas. Os segmentos dependentes de crédito, como vestuário e móveis, enfrentam dificuldades, enquanto o mercado de veículos se recupera gradualmente.

 

Já no setor de serviços o volume de receitas do setor em junho em SC cresceu 0,8% em relação ao mês anterior, quando havia crescido 1,4%. Foi o segundo mês consecutivo de crescimento nessa comparação. O setor acumula uma alta de 11% no ano.

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