Adeliana Dal Pont, presidente do PSD-SJ, avalia cenário para as eleições em 2020

Adeliana Dal Pont entrevista - lucas cervenka csc
Prefeita de São José, Adeliana Dal Pont, e presidente do PSD de São José: “temos uma lista com três nomes" - Lucas Cervenka/CSC

“Chegou a hora de tomar café”

A prefeita de São José, Adeliana Dal Pont, reeleita em 2016 e no momento presidente do PSD josefense, prepara o partido para enfrentar as eleições municipais – prefeito e vereador – em 2020, quando pretende eleger o seu sucessor. O trabalho de filiações, a busca de lideranças “que queiram concorrer a vereador”, para a formação de uma nominata “de peso”, a prefeita adianta que “começou ontem”.

Nesta entrevista ao Correio de Santa Catarina, que dá sequência a uma série com presidentes de partidos em São José, Adeliana abre o jogo em relação às possibilidades de vitória na próxima eleição e até cita alguns nomes que “estão na lista” de possíveis pré- candidatos a prefeito que ela apoiaria.

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Correio – Como o PSD de São José está se preparando para a eleição em 2020?
Prefeita Adeliana – Agora o importante é a organização partidária: fazer filiações, buscar lideranças que queiram aderir ao osso projeto e formar uma bela lista de nomes para oferecer à comunidade. A partir daí, janeiro e fevereiro, começaremos com a escolha do nome que vai concorrer à majoritária e as conversas com os outros partidos, para que se faça composição com o vice. Está muito claro que teremos candidato a prefeito.

Correio – Há tendência na escolha de um nome?
Adeliana – Ainda não tem nada definido. Tem uma lista de pelo menos três nomes do partido que gostariam de ser candidatos e também de outras pessoas.

Correio – Seria o Orvino, a Méri, Moacir da Silva?
Adeliana – E tem o vice-prefeito Neri Amaral, que está sem partido e poderá vir para o nosso. Esses nomes estão na lista, mas o partido tem que estar aberto para receber outras pessoas. O importante é manter a unidade, e é isso que coloco como o meu grande papel, manter a unidade entre os propensos candidatos por um projeto vencedor.

Correio – Há informações que a senhora e mais alguns estariam migrando para ouro partido.
Adeliana – É boato. Não tem problemas aqui. O Merisio (ex-deputado e presidente do PSD-SC) saiu do partido por uma condição pessoal. Eu fui contra e disse isso no partido e para ele. Ele fez um belo papel na eleição (2018, ficou em 2º lugar, perdendo para Carlos Moisés, do PSL, eleito governador). Agora, a minha saída era e é boato, nunca cogitei isso. O deputado Milton Hobus é o atual presidente estadual do PSD e fui convidada inclusive para ser a vice, mas decidiu-se que seria a presidente do PSD Mulher, e a deputada Marlene (Fengler) é a vice-presidente do partido no estado. Em cada uma das associações de municípios há um representante no diretório estadual.

“Espero colocar o sucessor na cadeira que ocupo”

Correio – Em 2016 a senhora foi à reeleição e a expectativa era a de que surgissem vários candidatos, como aconteceu. A sra. fez 44 mil votos. Isso poderá se repetir em 2020 com o candidato que a sra. apoiar?
Adeliana – Espero colocar o sucessor na cadeira que ocupo, mas as estratégias de eleição são diferentes. Na eleição de 2018 (parlamento, governador e presidente da República) aconteceu algo que ninguém esperava. Não sei se haverá muitos ou poucos candidatos, o que interessa também é a proposta que vamos levar e a pessoa que eu for apoiar, pois ela vai defender as ações que o governo teve nesses oito anos (o mandato de prefeita). Há um ano da eleição sempre tem muitos candidatos, depois as pessoas vão se dando conta de que ser prefeita (o) da quarta cidade do estado também têm que ter preparo, estrutura partidária. Hoje a cidade deve ter uns 20 candidatos, todos os dias eu fico sabendo de um ou outro que é candidato a prefeito, mas isso vai diminuindo.

Correio – A sra. já tem uma ideia para plano de governo?
Adeliana – Posso fazer algumas sugestões. Conheço a cidade e a administração pública, então farei pelo candidato aquilo que eu não tive quando fui candidata, e também farei uma transição que eu não tive. Darei essa oportunidade ao vencedor, qualquer que seja ele. A cidade não pode mais passar por essas mazelas de não saber que no outro dia o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) seria bloqueado.

Correio – Com o fim da coligação nas proporcionais o trabalho é fortalecer os partidos grandes?
Adeliana – Não terá mais partido de aluguel. Para os partidos se manterem terão que ter nominata e para ter nominata terão que ter trabalho e bons candidatos. Um país com mais de 30 partidos esfacela as ideias, não leva a nada. O pluripartidarismo é importante, mas não com esta quantidade de partidos. O importante é que se definam as bandeiras com um número mais reduzido de partidos. Se tivermos 10 no País todas as linhas já estarão representadas.
(Na eleição de 2016, Adeliana estava em uma coligação com nove partidos – PSD, PSB, PSC, PHS, PR, PTdoB, que mudou para Avante, Prós, Pen e PV). Pode se repetir em 2020? “Muitos mudaram sua direção e isso depende de conversas. O Democratas, que não esteve comigo em 2016, agora faz parte da base do governo na Câmara”, lembra a prefeita.

“A cidade avançou e não gostaria que retrocedesse”

Correio – Na eleição de 2020 espera alguma surpresa como em 2018?
Adeliana – Não, não espero porque acho que a população, para prefeito (a) presta atenção na pessoa e não no número que vai votar. A cidade avençou em muitas coisas e não gostaria que ela retrocedesse.

Correio – Os grandes partidos estão desgastados. Qual a força que a sra. calcula que terá do PSD estadual ou federal na campanha?
Adeliana – Esperamos do partido nacional e estadual que respeite as decisões do municipal. Reconheço que houve muitas conversas entre os caciques do partido para que eu não fosse candidata em 2012, mas devo respeito ao Raimundo Colombo (ex-governador), que honrou com a palavra, ou seja, respeitou a decisão no município.

Correio – Como avalia a relação do executivo com o legislativo de São José?
Adeliana – É bem harmônica, estou bem satisfeita, de verdade. Estabelecemos algumas agendas importantes, e nos encontramos com muita frequência.

Correio – Tem alguém que a sra. gostaria de ver sentado na sua cadeira em 2021?
Adeliana – Penso nisso todos os dias, porque sei que a minha opinião pode influenciar, principalmente as pessoas que me perguntam quem vai ser meu candidato. Hoje temos alguns nomes, mas não podemos fechar esse leque, porque daqui a pouco pode ter outros que despontam. Temos que conversar. A política não é a arte da conversa? Então agora é hora de começar a tomar café.

Correio – E o seu futuro, já pensou nisso?
Adeliana – Vou honrar meu mandato, meu compromisso com o povo de São José até 31 de dezembro de 2020. Gosto de política e quero continuar, trabalhar com seriedade. A política é a única forma de mudar a sociedade. Vou descansar uns dois a três meses (em 2021).

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