Após polêmica, Garopaba suspende vacinação em educadores físicos; Blumenau também imunizou os profissionais

    A medida vale para profissionais que não estão ligados a estabelecimentos de saúde; discussão sobre a prioridade da vacina também ocorre em Blumenau

    Print de um post no instagram em que se vê parte de um tronco e um braço recebendo aplicação de vacina. Abaixo, a legenda do post fala que os educadores físicos da academia já estavam recebendo a primeira dose da vacina contra a Covid.
    Com a falta de clareza da ordem de prioridade dentro dos grupos prioritários da vacina, o STF cobra do governo federal o detalhamento do plano de imunização. Reprodução/CSC

    Na última semana, uma publicação no Instagram de uma academia de ginástica de Garopaba gerou polêmica ao mostrar a vacinação contra a Covid-19 em educadores físicos do estabelecimento. Apesar de constarem na lista de grupos prioritários, os internautas questionam a aplicação nos educadores físicos antes de outros grupos, como o de idosos e de professores. A mesma discussão ocorre em Blumenau, que em fevereiro ampliou a vacinação a todos os profissionais da saúde da rede pública e privada, incluindo os educadores físicos.

    No plano estadual de vacinação contra a Covid-19, os educadores físicos são trabalhadores da área da saúde, portanto fazem parte do grupo prioritário da vacina contra a Covid-19 na primeira fase. O documento aponta que os trabalhadores da área da saúde são “aqueles que atuam em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância à saúde, sejam eles hospitais, clínicas, ambulatórios, laboratórios e outros locais”, sem especificar academias de ginástica, mas deixando em aberto essa opção.

    Com a polêmica nas redes sociais, a prefeitura de Garopaba divulgou uma nota para esclarecer que aplicou a vacina em quatro educadores físicos, seguindo as resoluções e ordem prioritária. Levando em conta que a questão ainda gera dúvidas, o município optou por suspender a vacinação em profissionais da educação física que não estão ligados a estabelecimentos de saúde até uma definição sobre a lista de prioridade nas esferas superiores, como Advocacia-Geral da União (AGU) e Ministério da Saúde.

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    A discussão se estende a Blumenau, que em fevereiro ampliou a vacinação para todos os trabalhadores da saúde na rede pública ou privada. Segundo a prefeitura, isso ocorreu pela baixa procura pelo imunizante por trabalhadores de saúde com mais de 60 anos e profissionais de saúde com comorbidades. Dessa forma, os educadores físicos de academias puderam receber a primeira dose da vacina. Mesmo sem irregularidades, a prática gerou discussões, uma vez que a vacinação não havia iniciado ainda em idosos com mais de 90 anos e fora de instituições de longa permanência. O Ministério Público do estado pediu esclarecimentos ao município.

    Como o número de doses da vacina é limitado, os planos de vacinação priorizam no grupos de trabalhadores da saúde os profissionais que atuam na linha de frente dos atendimentos à Covid-19. Entretanto, alguns municípios podem registrar baixa procura ou sobra de doses, sendo possível então ampliar a aplicação da vacina aos outros profissionais do grupo, como educadores físicos, biólogos, psicólogos, assistentes sociais, veterinários, trabalhadores da limpeza, funcionários do serviço funerário, entre outros.

    Com a falta de transparência na ordem prioritária da vacina, o ministro Ricardo Lewadowski do Supremo Tribunal Federal (STF) deu o prazo de 5 dias para que o governo federal apresente detalhes do plano de vacinação. Ele determina que a União divulgue a “ordem de preferência entre os grupos prioritários, especificando, com clareza, dentro dos respectivos grupos, a ordem de precedência dos subgrupos nas distintas fases de imunização”. A liminar é do dia 19 de fevereiro e foi referendada em julgamento no dia 26.

    Por Ana Ritti – redacao@correiosc.com.br

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