Cidades voltam a investir em trapiches

    trapiches: trapiche de coqueiros florianópolis - foto lucas cervenka csc
    Trapiche da Praia da Saudade, em Coqueiros, será reformado, ao custo de R$ 1,5 milhão - Foto: Lucas Cervenka/CSC

    Florianópolis e São José voltaram a investir em projetos de urbanização que contemplam estruturas voltadas para o mar, como são os trapiches.

    Com uso restrito nos últimos anos, em que influenciou a qualidade das águas da região e ausência de transporte marítimo, os trapiches viraram quase que peças decorativas. Todos naturalmente se deterioraram
    com a maresia e no caso do trapiche de Coqueiros, em Florianópolis, está interditado.

    Trapiches em São José

    Em São José a obra de revitalização do Centro Histórico será inaugurada em agosto, e envolve a reconstrução do trapiche do bairro.

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    Além de nova utilidade, a estrutura tem valor histórico. Foi pelo trapiche do Centro Histórico de São José que se embarcava a produção de potes de cerâmica dos oleiros para abastecer a região, principalmente o Centro da capital, e toras de madeira para exportação. Reconstruído algumas vezes, a estrutura – muito menor à época – desabou em 1956. Agora, 63 anos depois, terá nova história.

    trapiche do centro histórico de são josé - foto lucas cervenka
    Com 80 de extensão, trapiche do Centro Histórico também vai contar a trajetória da cidade – Foto: Lucas Cervenka/CSC

    O novo trapiche, já construído, tem 80 metros de comprimento, 3,8 m de largura e cerca de R$ 1,8 milhão em investimento. Atualmente uma equipe instala uma calçada especial, que terá desenhos contando a história da cidade. Nessa terça (11/6), a prefeita Adeliana Dal Pont esteve no local para vistoriar e garantir o andamento de toda a obra.

    O trapiche da Ponta de Baixo, revitalizado em 2016, também passará por intervenções. A estrutura flutuante hoje funciona com um terço do projetado. Em breve, segundo o secretário de Projetos Especiais de São José, Rodrigo de Andrade, a empresa Projet irá trocar o piso do trapiche, que está na garantia. Uma licitação também será lançada em julho próximo para que uma empresa assuma a manutenção da orla da praia de Guararema e do trapiche.

    Trapiches em Florianópolis

    Na capital dois projetos de trapiches se destacam, nos bairros João Paulo e Coqueiros.

    No João Paulo o trapiche, que tem 210 metros de comprimento, foi construído principalmente a pedido dos pescadores da região, que precisam de uma estrutura para superar a maré baixa e entrar com os barcos na água. Com um investimento de R$ 1,2 milhão, será inaugurado em setembro deste ano, projeta o secretário de Infraestrutura de Florianópolis, Valter Gallina. O trapiche poderá atender barcos de até 1,5 metro de calado.

    Em Coqueiros, o trapiche será totalmente revitalizado. A estrutura no final da Rua Vereador José do Vale Pereira já foi cogitada para ser demolida após a interdição em 2014, porém até hoje permaneceu sem definição.

    Segundo o secretário do Continente, Edinho Lemos, o projeto executivo do trapiche da praia da Saudade está pronto e encontra-se em análise na Caixa Econômica Federal. Após aprovação da Caixa, o projeto será
    enviado para licitação e está orçado em cerca de R$ 1,5 milhão, com recursos do Ministério do Turismo.

    trapiche de coqueiros será reformado - foto lucas cervenka csc
    Trapiche de Coqueiros está interditado há cinco anos, mas além da reforma deve ganhar novos projetos – Foto: Lucas Cervenka/CSC

    Segundo Edinho, há muitas possibilidades para o local. Como dá acesso a uma pequena ilha de pedras, é possível que seja construída alguma estrutura de interesse público e cultural para cidade, como um museu do mar, por exemplo. “Após a reconstrução do trapiche é que esses projetos serão colocados em pauta”, diz o secretário.

    Nessa semana a Prefeitura de Florianópolis também lançou um pacote de projetos para avaliação do Ministério do Turismo. Entre eles está a construção de um trapiche em Santo Antônio de Lisboa, ao custo
    de R$ 1,55 milhão.

    São José e Florianópolis vão, aos poucos, ficar novamente de frente para o mar.

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