Greve afeta 106 unidades escolares municipais de Florianópolis

    Como 17º grupo prioritário para imunização no Brasil, profissionais de educação consideram que ambiente escolar não é seguro em relação à Covid

    Marcadas para retornar em sistema híbrido até o último dia 9, as aulas presenciais nas escolas municipais de Florianópolis seguem suspensas. Em março, o sindicato dos servidores municipais (Sintrasem) entrou em greve reivindicando segurança para o retorno em meio ao agravamento da pandemia. Os servidores temem a infecção por coronavírus e não consideram o ambiente escolar seguro. Nesta segunda-feira (12/4) o Tribunal de Justiça do estado revogou a liminar que tornava a greve ilegal.

    De acordo com o Sintrasem, mesmo com a remoção da ilegalidade, não há novidades nas negociações com a prefeitura, “que não se mostra disposta”, na avaliação sindical. O sindicato aponta que a greve ocorre pela falta de segurança no retorno presencial, em que a prefeitura não garante equipamentos de segurança e espaçamento adequado nas salas para o distanciamento, além de não ter previsão para a vacinação dos profissionais da educação.

    106 unidades escolares afetadas

    São 106 unidades escolares afetadas na capital. Das creches do município de Florianópolis, 70 funcionam de forma parcial, 16 estão sem greve e uma em greve total. Já nas escolas municipais, 31 estão com funcionamento parcial, duas sem greve e 4 em greve total, são elas: EBM Albertina Madalena Dias, na Vargem Grande; EBM Costa da Lagoa; EBM Mâncio Costa, em Ratones; e EBM Paulo Fontes, em Santo Antônio de Lisboa.

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    Em dezembro de 2020, o governo catarinense sancionou a lei que considera a educação como atividade essencial, que não pode ser suspensa.

    Greves na educação

    Na região, a greve dos servidores municipais de São José foi suspensa em 16 de março, após decisão judicial. Os trabalhadores também reivindicavam questões de segurança para o retorno presencial, entretanto, não houve avanços em nenhum item das pautas, de acordo com o Sintram-SJ.

    No estado, o Sindicato dos Trabalhadores da Rede Estadual de Educação (Sinte/SC) deliberaram pelo fim da greve em 6 de abril. Em nota, o Sinte/SC diz que “a categoria aprovou diversas ações de pressão ao governo do estado e ao legislativo, como a luta pela garantia de vacinação aos profissionais da educação a derrubada da Lei Estadual que torna as aulas presenciais na pandemia como serviço essencial”.

    Prioritários, mas nem tanto

    O grupo de profissionais da educação, de acordo com o Plano Nacional de Imunização (PNI) é apenas o 17º na lista de prioridades. Esse grupo incliu funcionários de creche, pré-escolas, ensino fundamental, ensino médio, profissionalizantes e EJA e soma 113.232 pessoas em Santa Catarina, de acordo com estimativa do governo estadual. Já o grupo de trabalhadores da educação do ensino superior é o 18º e soma 31.956. Ambos os grupos são posteriores à população carcerária, por exemplo, e, como já apontou a secretária de saúde estadual, Carmen Zanotto, não deverão ser priorizados antes dos apenados. Entretanto, o governo federal já mandou doses para o 19º grupo, de profissionais de segurança que atuam na linha de frente da pandemia, contrariando o próprio PNI.

    Por Ana Ritti – redacao@correiosc.com.br

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