Reinehr e Zanotto falam de vacinação e regras contra Covid em Santa Catarina

Governadora afirmou que indicação é não ter regras mais restritas e secretária descartou flexibilização do Plano Nacional de Imunização

daniela reinehr e carmen zanotto usando máscara, em pé, em frente a bancada com microfones; ao fundo painel com logos do governo de santa catarina
Reinehr e Zanotto falaram que prioridade é conseguir mais vacinas e não deixaram claro quais serão as regras adotadas a patir de segunda (5) com fim do decreto atual - Lucas Cervenka/CSC

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (1/4), na almoxarifado onde são estocadas as vacinas de coronavírus antes da distribuição, em São José, a governadora interina, Daniela Reinehr, e a nova secretária de Saúde, Carmen Zanotto, falaram sobre a vacinação e algumas possíveis mudanças nas regras contra a Covid em Santa Catarina. Elas foram conferir o novo lote que chegou ao estado, o maior até agora, com 309 mil doses, a maioria destinada para segunda aplicação. Dessas, 1.221 doses serão para pessoal de segurança que atua na linha de frente e 3.476 para idosos acima de 65 anos.

Questionada sobre possível lockdown, Reinehr afirmou que “não dá para dizer o que dá ou não para fazer, precisamos estudar a situação. Poderão existir momentos em que a gente vai ter que retrair, mas a ideia é não fechar (as atividades)”, disse a governadora. Por outro lado, apesar de aventar a possibilidade de mais restrições, ela deixou clara a inclinação de que não haverá mais proibições no estado. “A ideia é não fechar, não ter proibições. Essa diferença entre saúde e economia não pode ser mais considerada”, disse a governadora. Ela também destacou que a “grande esperança é conseguir mais vacinas”.

Já a secretária Zanotto falou que vai priorizar a conscientização das pessoas em seguir as regras de distanciamento e uso de máscara, revisar as bases de dados da secretaria para buscar pelas pessoas que já poderiam ser vacinadas e ainda não foram e buscar mais kits de intubação. “É o pior momento dessa pandemia. As ações, não existe terra arrasada e não existe em hipótese alguma a gente achar que tudo passa a ser diferente. O que a gente precisa fazer é implementar aquilo que já vinha sendo feito. Nós precisamos intensificar o acesso às vacinas, descobrir aonde a gente tem pessoas que já poderiam estar vacinadas e porque que não foram”, disse Zanotto. Também falou que vai procurar ampliar as relações com o governo federal.

Daniela Reinehr usando máscara
Governadora interina Daniela Reinehr: “Eu não esperava receber o estado numa situação difícil como a gente está vivendo” – Lucas Cervenka/CSC
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Correio de Santa Catarina – A partir de segunda-feira (5/4) qual o indicativo do regramento? Termina o decreto atual e será alterado ou continuado?

Daniela Reinehr – Em relação ao decreto a gente conversou agora à tarde. Existem alguns critérios que devem ser seguidos, até por determinação judicial, por exemplo ouvir o Coes antes de uma mudança. E nós fomos surpreendidos por uma mudança sem que isso fosse atendido e a gente vai ter que regularizar para não ter problemas à frente. Existem uma série de procedimentos que precisam ser obedecidos, a gente vai atender e em breve haveremos de ter uma resposta para isso.

Em complemento à pergunta, a secretária de Saúde respondeu: “A questão do decreto de hoje tem um breve questionamento com os jogos com participação do público. É que tem portaria vigente e tem o artigo oitavo dizendo que o prazo estaria vencendo hoje. Então a Secretaria de Estado da Saúde com seu jurídico, junto com a Secretaria da Casa Civil, já estão regularizando isso para que a gente não tenha nenhuma solução de continuidade. Nós deveremos ter até sábado uma reunião dando continuidade às reuniões dessa semana dentro do Coes e tudo isso a gente vai se inteirar e procurar seguir a legislação, ou seja, o rito que precisa ter a legislação nas suas alterações e com muito diálogo. O momento não nos permite solução de continuidade. Então a caminhada dos técnicos da Saúde com o jurídico são importantes e precisam acontecer para a gente dar fluxo nos encaminhamentos e no atendimento à população”.

carmen zanotto usando máscara em frente a painel de logos do governo de sc
Secretária de Saúde, Carmen Zanotto: “ampliar as relações com o governo federal” – Lucas Cervenka/CSC

Correio SC – A respeito do Programa Nacional de Vacinação, existe alguma possibilidade de flexibilização, por exemplo vacinar profissionais da educação antes da população carcerária? O estado tem alguma autonomia para flexibilizar o PNI em relação a alguns grupos?

Carmen Zanotto – Já houve uma reunião ministerial incluindo os nomes da segurança pública que não estavam junto com a população idosa acima de 60 anos e os trabalhadores da área da Saúde. Um pouquinho dessas vacinas já chegou para esse grupo, mas para ter ideia são 1.200 doses. Com o critério de prioridade, ‘quem primeiro?’, quem está conduzindo pacientes com Covid, quem está no atendimento hospitalar que possa não ter sido imunizado, até chegar no grupo que está fazendo a segurança e o combate à pandemia, por exemplo numa festa clandestina. Então isso tudo a gente vai estar construindo com a secretaria responsável. Todas as tentativas são legítimas. Por exemplo, ontem na Câmara Federal estava discutindo um projeto de lei para incluir outras pessoas no Plano Nacional de Imunização. Se nós tivéssemos outros públicos prioritários alterando os critérios, se nós tivéssemos vacina pra todo mundo não teríamos essa dificuldade. Então a dificuldade é que os critérios terão que ser técnicos até a gente ter pelo menos uma cobertura vacinal maior. Se a gente romper o critério técnico a gente poderá estar cometendo injustiça com aqueles que estão mais na linha de frente ou que tem comorbidade. Precisamos chegar nos nossos professores rapidamente. Por isso precisamos ter todos os esforços para termos mais vacinas.

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Reinehr e Zanotto reforçaram que vão procurar conseguir mais vacinas e dar celeridade ao processo de vacinação. A secretaria lembrou que isso já foi feito quando todas as doses enviadas já podem ser utilizadas e não mais precisa estocar metade do lote para aplicação da segunda dose.

Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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