Julio Garcia fala sobre inquérito da operação Alcatraz, que o indiciou

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Presidente da Assembleia se manifesta sobre conclusão do inquérito da Polícia Federal na operação Alcatraz - Fábio Queiroz/Agência AL

O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, deputado Julio Garcia (PSD), deu uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (15/10) sobre o inquérito da Polícia Federal (PF), no âmbito da operação Alcatraz, que investigou fraudes em licitações no governo estadual. A conclusão do inquérito coloca o deputado como “sócio oculto” da empresa Apporti, que é apontada pela PF como a beneficiária de fraude em licitações da Secretaria de Administração.

Garcia reafirmou sua inocência e declarou que o inquérito foi baseado em ilações e não conseguiu comprovar as suposições levantadas. A investigação, segundo o presidente, começou com a indicação de que ele seria líder de uma organização criminosa, que se beneficiava de contratos firmados pela secretaria. “O próprio inquérito concluiu que isso não é verdade”, disse.

“Restou de toda essa investigação longa, profunda, a ilação que eu sou sócio oculto de uma empresa. Não há uma prova qualquer disso, que possa dizer que sou sócio oculto dessa empresa. É algo muito vago”, afirmou o presidente da Alesc.

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A empresa Apporti é de propriedade do genro da ex-mulher de Julio Garcia, que fez pagamentos em seu favor. Sobre isso, Garcia diz que os pagamentos foram feitos como quitação de um empréstimo concedido ao amigo em 2007 e que não há nenhum recurso público envolvido.

O parlamentar também negou com veemência ter influenciado em favor da realização de um contrato da Secretaria de Administração, com a mesma empresa, firmado em 2016. “Todos os pagamentos feitos e outras suposições da investigação ocorreram antes de 2016”, disse. “Como vou fraudar licitação na Secretaria de Administração, só porque conhecia o secretário-adjunto? Não há prova”.

O deputado afirmou estar indignado com a situação e descartou qualquer possibilidade de se afastar da presidência da Assembleia.

“Se no dia 30 de maio [quando a operação Alcatraz foi deflagrada], eu fiquei abatido, hoje não estou abatido, estou indignado. Esse é o sentimento de qualquer pessoa que passe por uma situação dessas: ser acusado de uma coisa que você não fez”, declarou. “O que me resta é ter a serenidade para continuar me defendendo. Estou com a consciência tranquila, confio na Justiça e tenho certeza que ao final vou provar minha inocência”.

Além do deputado, a conclusão do inquérito da PF na operação Alcatraz envolve mais 20 pessoas.

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