Moção à UFSC provoca polêmica em plenário da Alesc

homens sentados na tribuna da Assembléia Legislativa
Bruno Collaço/Agência AL/Divulgação

Uma moção de aplauso à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), provocou polêmica entre os deputados, durante a sessão desta terça-feira (14/7) da Assembleia Legislativa. Na semana passada, a Alesc havia aprovado uma moção de repúdio pela “paralisação total” da universidade, que também causou polêmica.

A moção de número 317/2020, da deputada Luciane Carminatti (PT), cumprimenta o reitor da UFSC pela nona posição entre as melhores universidades da América Latina no ranking da Times Higher Education. A parlamentar ressaltou que a instituição passou da 12ª para a nona colocação e destacou que a UFSC é a única do Sul do país a figurar entre os dez primeiros.

Dr. Vicente Caropreso (PSDB), que é egresso da universidade, foi o primeiro a se manifestar e apoiou a moção. Ele destacou o papel da UFSC na formação de lideranças para todo o país. “É uma instituição que passa por crises, mas tem se mantido altiva. Em que pese em algumas coisas poderia estar à frente, mas a gente se orgulha desse grande desempenho não só no Brasil, mas em toda a América Latina”, disse.

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Altair Silva (PP), Jessé Lopes (PSL), Sargento Lima (PSL) e Bruno Souza (Novo) se posicionaram contra a moção. Altair criticou o fato da UFSC estar sem aulas e das universidades federais atuarem algumas vezes como, na sua opinião, centros de formação de ideologia política ao invés de propagadoras do conhecimento. “Não vejo na UFSC uma universidade com todo esse potencial”, disse.

Jessé Lopes afirmou não ser contra a universidade, mas contra atitudes que ocorrem dentro dela. Acrescentou que não via motivos para parabeniza-la por ser nona colocada em um ranking dentro da América Latina. “Tem um orçamento de um bilhão de reais por ano. Bota isso numa rede particular e vai ser mais otimizado o dinheiro”, disse. “É obrigação fazer coisa boa, não tem que ser mencionado.”

Bruno Souza disse que a reitoria não merecia parabéns, por não ter se esforçado para o retorno às aulas.

Fabiano da Luz (PT) disse que os bons resultados da educação pública devem ser comemorados. “Se fosse privada, alguns deputados estariam soltando foguetes e solicitando homenagens especiais da Casa”, afirmou.

Luciane Carminatti lamentou as manifestações contrárias à moção. Para ela, tais posicionamentos demonstram preconceito e desconhecimento do trabalho desenvolvido na UFSC. “Não significa que não tenhamos críticas, mas não podemos desconhecer o grande trabalho feito ao longo das décadas”, finalizou.

No placar final a moção foi aprovada por 17 votos a sete.

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