Nova reunião pública analisa questão de pessoas em situação de rua em São José

O encontro na câmara é desdobramento da reunião que ocorreu em 4 de maio; outro encontro está marcado para 29 de junho

Vereadores, vice-prefeito, secretários e representantes do judiciário e dos moradores de Campinas e Kobrasol participaram nesta terça-feira (25/5) de uma reunião pública para discutir a questão de pessoas em situação de rua em São José. Os representantes do municípios apresentaram as ações realizadas desde o último encontro, em 4 de maio. A câmara realiza um novo encontro para tratar do tema em 29 de junho, às 14h.

A câmara de São José se reuniu novamente com representantes do município e moradores para discutir a questão das pessoas em situação de rua. Câmara de São José/Reprodução/Divulgação/CSC
Prefeitura

O vice-prefeito, Michel Schlemper, iniciou sua fala apontando que a prefeitura aumentou o número de equipes de abordagem das pessoas em situação de rua em São José e que nesta segunda-feira (24) teve inicio o projeto ambulatório de rua. Sobre o trabalho de voluntários com essa população, ele afirma que é um trabalho importante e benéfico, mas que se for de maneira desordenada pode gerar mais problemas. Por isso, a secretaria de assistência social está mapeando essas ações para coordenar em conjunto.

Na parte de segurança, Schlemper fala que foi solicitada no grupo integrado de segurança a abertura de uma delegacia da Polícia Civil em Campinas, para auxiliar a PM e guarda municipal. Em relação à Via Expressa, ele ainda comenta que há uma reunião agendada com um representante do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para agilizar intervenções do órgão na área. Entre as propostas para a localidade estão a colocação de guard-rails na marginal e telas de proteção separando as pistas, uma forma de coibir a passagem de carrinhos.

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O secretário de assistência social, Lédio Coelho, trouxe números dos trabalhos da pasta com a população de rua. Em maio, o Centro Pop atendeu 337 pessoas em diferentes serviços ofertados. No último sábado (23) 51 pessoas passaram pelo local. Desde fevereiro, 70 passagens foram emitidas para as pessoas voltarem para cidades onde têm vínculos familiares, sendo nove na última semana. Na comunidade terapêutica, a média é de 28 atendimentos por mês, na semana passada foram doze. No consultório de rua, onze foram atendidos pelas equipes de saúde e assistência social.

O secretário de segurança de São José, Vânio Dalmarco, comentou sobre uma parceria com Aemflo/CDL em que as câmeras de comércios, voltadas para a rua, podem se ligar ao sistema da secretaria, que até o momento não teve tanta adesão. Ele fala que atualmente o município tem 290 câmeras de monitoramento, mas esse número deve aumentar com a instalação de câmeras em prédios públicos. “O nosso objetivo é fazer o monitoramento de todos os prédios públicos e são mais de 150 prédios. [Serão] mais de 3 mil câmeras instaladas, destas pelo menos mil vão estar olhando para as ruas de São José”. Dalmarco ainda destacou como uma das principais ações da pasta o fechamento de ferros velhos, em parceria com a SUSP.

O coronel Araújo Gomes, secretário de segurança de Florianópolis, reforçou que na parte de práticas criminais há um trabalho integrado com as forças de São José para coibir a dinâmica criminal de receptação de materiais furtados. Nesta terça-feira (25), mais de uma tonelada de metais foram apreendidos em operação na capital, de acordo com o secretário.

Ministério Público

O promotor de justiça da comarca de São José, Christian Stahelin, falou que neste mês foi realizado reconhecimento das estruturas e pessoas envolvidas na problemática e que a partir de junho serão feitas ações conjuntas do Ministério Público com o poder público. A defensora pública Bruna Guzzatti sugeriu a criação de um cadastro para identificar quem é a pessoa em situação de rua em São José, seus vínculos, dados, registros de saúde mental, entre outras informações, a fim de pensar um plano de ação. Além disso, criação de oficinas para ampliar possibilidades para essa população, como as voltadas à saúde mental e inclusão no mercado de trabalho.

Câmara

O vereador André Guesser (PDT) sugeriu que um representante das pessoas em situação de rua em São José seja convidado para participar do debate e colaborar com ideias, ele também lembrou da necessidade do abrigo às pessoas em situação de rua ficar aberto diante da previsão de frio. Ao final da reunião, a presidente da casa, vereadora Méri Hang, informou que a câmara se compromete a trazer o representante na próxima reunião.

Os vereadores Mauro Fiscal e Marcus de Andrade comentaram sobre projetos da câmara sobre a circulação e carrinhos de propulsão humana e da integração de câmeras de segurança privadas e que filmam vias públicas no monitoramento público. “Com várias operações em conjunto vamos tentar resolver essa situação”, disse Andrade.

Jandir da Rosa disse que levou alimento para moradores de rua na última semana e conversou com alguns deles. “Tenho certeza, Lédio, que tu vais conseguir com todos aqui trabalhar em conjunto e vamos conseguir vencer. Eu falo porque eu fui morador de rua. Claro que temos que fazer a limpeza a Campinas. Mas ali é ser humano, o coração é igual o nosso”.

Por Ana Ritti – redacao@correiosc.com.br

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