Novo pedido de impeachment contra Moisés é aberto na Alesc envolvendo compra de respiradores

Até o momento R$ 13,2 milhões foram recuperados da compra irregular

Foi anunciado no plenário da Alesc na tarde dessa quinta-feira (3/9) o acolhimento de nova denúncia de crime de responsabilidade contra o governador, Carlos Moisés (PSL), e a vice, Daniela Reinehr (sem partido). O novo pedido de impeachment, com base em parecer emitido pela procuradoria da assembleia, envolve a compra fraudulenta dos 200 respiradores com a Veigamed, ao custo de R$ 33 milhões, e o hospital de campanha que foi planejado para ser instalado em Itajaí.

O pedido de impeachment em voga até então trata sobre a equiparação salarial de procuradores do estado com procuradores da Alesc, a qual o governador, arrolado junto à vice e ao secretário de Administração, Jorge Tasca, afirma não haver crime de responsabilidade. A advogada Ana Cristina Blasi, que defende separadamente Reinehr, afirmou ontem, na entrega das defesas à comissão que trata do tema, que “se houve crime na equiparação dos procuradores do estado, também houve na Alesc, que equiparou os salários do procuradores com os procuradores do Tribunal de Justiça”.

Já a compra dos respiradores é um caso mais grave, por conta do pagamento antecipado para uma empresa de fachada no Rio de Janeiro e que não tinha a capacidade para entregar os equipamentos, que eram de menor qualidade e superfaturados. A compra, revelada por matéria do The Intercept, virou motivo de investigação por parte da Polícia Federal, com autorização cedida nesta quarta pelo Superior Tribunal de Justiça, apontando para a ciência do governador na compra sem licitação e fraudulenta. A CPI dos Respiradores da Alesc também terminou com indicação de responsabilidade contra o governador.

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O deputado Mauro de Nadal (MDB), na leitura do novo pedido de impeachment nessa quinta, lembrou que quando o governo consultou sobre a viabilidade de pagamento antecipado ao Tribunal de Contas do Estado, recebendo a resposta negativa, o dinheiro já havia sido transferido para a conta da empresa.

Segundo a Procuradoria Geral do Estado, cerca de R$ 13,2 milhões foram recuperados dessa compra irregular até o momento.

Por Lucas Cervenka - reportagem@correiosc.com.br
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