Orvino assume cargo de prefeito de São José pela 3ª vez

Adeliana, à direita da foto, discursa em pé segurando um microfone; ao seu lado, Orvino de braços cruzados sorri e olha para ela
Orvino Coelho de Ávila, presidente da Câmara de Vereadores de São José, recebeu o cargo da prefeita Adeliana Dal Pont, que está em período de férias, como também o vice Neri Amaral - Foto: Lucas Cervenka/CSC

O presidente da Câmara de Vereadores de São José, Orvino Coelho de Ávila (PSD), tomou posse como prefeito em exercício de São José nesta quarta-feira (18/7). O ato foi realizado em decorrência das férias da prefeita Adeliana Dal Pont, que estará licenciada do cargo até o dia 3 de agosto, e do vice-prefeito Neri Amaral.

A leitura do termo de transmissão do cargo foi realizada pelo secretário da Casa Civil, Lédio Coelho, sendo assinado pela prefeita Adeliana Dal Pont e por Orvino Coelho de Ávila.
Adeliana Destacou que a cidade está com as contas equilibradas, com o pagamento de fornecedores e os salários em dia e desejou que o prefeito em exercício aproveite o período para tomar as melhores decisões diante as demandas que surgirão. “Tenho total confiança no trabalho do Orvino, pois ele é um grande conhecedor das necessidades da cidade e, tenho certeza, que dará continuidade ao trabalho que realizamos com responsabilidade todos os dias”, comentou a prefeita.

Como prefeito em exercício, Orvino, que já vivenciou a experiência de assumir o cargo interinamente em 2015 e outra vez em 2015 agradeceu aos familiares, amigos, companheiros de trabalho e autoridades que estiveram presentes para prestigiar o momento.

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“Será um período curto como prefeito de São José, mas um período importante, em que farei o necessário e atenderei a todos com atenção máxima para resolver da melhor maneira possível todas as questões que a mim forem levadas. Também aproveito para agradecer a Adeliana pela oportunidade, pela amizade e demonstração de carinho não só comigo, mas para o Legislativo, pois este gesto representa total confiança em nosso trabalho”, ressaltou Orvino, que emocionado agradeceu especialmente o seu pai Tiago Coelho de Ávila.

A cerimônia contou com a presença de secretários e servidores municipais, da presidente em exercício da Câmara, Sandra Martins (PSDB); da vereadora Cristina de Sousa (PRP); dos vereadores Abel Veiga (PHS), Alexandre Rosa (DEM), Caê Martins (PSD), Jair Costa (PSD), Michel Schlemper (MDB), Nardi Arruda (PSD), Edilson Vieira (PSDB) e Túlio Maciel (PSC); dos ex-prefeitos de São José Dioceles João Vieira e Constâncio Krumel Maciel; do prefeito de São Pedro de Alcântara, Ernei José Stahelin (MDB); do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Wilson Wan-Dall e demais autoridades, além de empresários, representantes da comunidade, órgãos de imprensa e familiares e amigos de Orvino.

Entrevistas

Orvino Coelho de Ávila

Correio – O trabalho do legislativo e do executivo de São José está alinhado nos últimos tempos. Qual matéria que o senhor diria que tem sido a mais urgente nessa relação?

Orvino – O Código de Obras, uma reorganizada no Plano Diretor, pra ordenar a cidade. Pelo fato de ser uma cidade antiga e limítrofe com a Capital, temos enormes problemas de mobilidade. Quanto melhor ordenado, com legislação mais firme e clara, melhora no todo. E paralelo a isso também temos conversado com a prefeita no sentido de criar junto à Procuradoria um setor para cuidar das áreas públicas, em locais que ninguém sabe que é, no sentido de ir botando nessas áreas uma praça, um ponto de encontro da comunidade, para propiciar um atrativo de lazer, a despeito do que ela tenha feito como no Araucária, como no Lisboa. A gente tem um projeto lá no final do Dona Renata. Quero ver junto com o Rodrigo (procurador geral) se podemos fazer o lançamento.

Correio – E em relação à revitalização do Centro Histórico?

Orvino – Precisamos votar o projeto de transposição de verbas, que é uma homenagem que o executivo está fazendo ao legislativo, está carimbando uma obra daquela magnitude. É urgente que o Centro Histórico seja revitalizado, porque em qualquer lugar do Brasil e do mundo que tenha um Centro Histórico belíssimo como nós temos, precisa ser cuidado, ser olhado de forma diferente, para que gere riqueza, renda e lazer para a população do município, de Santa Catarina e do Brasil.

Correio – Poderia fazer um balanço sobre o primeiro semestre da Câmara e o que projeta para o segundo?

Orvino – Acho que o primeiro semestre foi muito bom. Espero que possamos concluir a votação do Código de Obras, que é uma ferramenta importante para a cidade, e a despeito da eleição, espero que os trabalhos ocorram normalmente. Você não pode parar, até porque a candidatura é a nível estadual e federal. Com certeza na parte administrativa (da Câmara) eu vou deixar muito melhor do que eu peguei. Porém avançamos em termos de organização, de pessoal. Vou deixar um quadro de carreira para as próximas décadas, uma rapaziada nova, com competência, com capacidade, com vontade, que aliado aos mais experientes que fica um quadro enxuto e com capacidade para tocar os trabalhos da Câmara por muito tempo.

Adeliana Dal Pont – “Estamos com as contas equilibradas”
Prefeita licenciada de São José, Adeliana Dal Pont: balanço – Foto: Lucas Cervenka/CSC

Antes de entregar o cargo para o presidente da Câmara de Vereadores, a prefeita Adeliana Dal Pont (PSD) concedeu entrevista para falar sobre o primeiro semestre do Executivo josefense. Segundo a prefeita, um destaque é a capacidade de manter as contas em equilíbrio, ante o quadro de queda de arrecadação, principalmente nos quesitos de ICMS e Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

“A grande dificuldade é que com essas quedas de arrecadação, a prefeitura deixa de ter condições de fazer investimentos. Também, por ser um período eleitoral, o governo do Estado optou por escolher alguns municípios para ajudar e São José não foi incluído. Mas no geral, com as contas e com o andamento, eu estou muito satisfeita por conta do nosso equilíbrio”, disse Adeliana sobre os trabalhos desse ano.

Correio – O que a senhora destaca de serviços nesse primeiro semestre?

Adeliana – Esse ano, a grande diferença é que estamos com a nossa UPA (em Forquilhinha) aberta. Tão sonhada por tanta gente, e agora a estamos vendo na prática o funcionamento dela. Então, também é um investimento bastante elevado. Deixei de fazer obras físicas para atender a população naquilo que ela mais queria, que era um atendimento 24h. Ali estou investindo, só no 24h, R$ 1,11 milhão por mês, todo recurso da prefeitura. Acredito que agora venha uma ajuda do Ministério da Saúde, que ainda não entrou, apenas uma pequena parcela de R$ 216 mil em julho, e estou trabalhando com a qualificação para ter outros R$ 216 mil. A ajuda é pequena, perto à grandeza da oferta na Saúde. E mais uma parte da policlínica, no andar de cima, que é mais uns R$ 600 mil. Então ultrapassa um milhão e meio que a população às vezes não percebe onde está o dinheiro. Está ali no funcionamento da policlínica.

Correio – E para o segundo semestre qual é a projeção de inaugurações?

Adeliana – Nós estamos com a Praça do Céu no bairro Ipiranga, vai ficar concluída nos próximos 30 dias. Lá vai ter uma parte de esporte, uma de educação, uma de cultura e assistência social. Então é uma integração de serviços. Tem creche em construção, mas daí é só mais pro final do ano, e tem unidade de saúde em construção também pro final do ano. E quero começar a obra de revitalização do Centro Histórico e o Theatro (Adolpho Mello) nesse segundo semestre.

Correio – O que a sra. comenta sobre o centro de triagem? A prefeitura está trabalhando com o legislativo para achar uma saída. Tem alguma atualização sobre isso?

Adeliana – O Estado não se manifestou mais. Nós ganhamos na Justiça o direito de não fazer na Fazenda Santo Antônio e estamos recorrendo da decisão do juiz de determinar que seja em Potecas. A gente está recorrendo, mas também acho que o governo do Estado não tem dinheiro para fazer esse ano nenhuma obra dessa envergadura. Mas o que é importante, que todo mundo saiba, é que a cidade precisa de uma unidade. Infelizmente a cidade de São José não tem muitas áreas disponíveis porque o território é pequeno e está todo ocupado. Por conta disso até tenho argumentado que aconteça em outro lugar, mas legalmente o município precisa ter uma unidade porque existem mais de 400 mandatos de prisão em aberto por falta de vagas. Não adianta reclamar dos roubos e furtos se nós não tivermos um local onde a polícia não possa agir e o judiciário tomar providências para encarcerar. O discurso para não querermos isso é bonito, mas tem que entender que é preciso um. Local é que a gente não consegue pela falta de disponibilidade. Mas que fique bem claro: a prefeitura não vai fazer doação de terra nenhuma. Se quiser vai ter que comprar. Isso dificulta bastante.

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