Perda de talentos dos jovens em SC ainda é alta

Perda de talentos

Nesta segunda-feira (4/7) o Banco Mundial lançou o “Relatório de Capital Humano Brasileiro”, documento que estima a perda ou acúmulo de habilidades pelos indivíduos até os 18 anos. Uma criança brasileira nascida em 2021 perderá, em média, 46% do seu potencial total de desenvolvimento de trabalho, seja qual for. O índice de ICH em Santa Catarina foi calculado em 63% em 2019; nesse relatório o índice catarinense de 22 não foi divulgado, apenas para a região sul (62%), o que significa ainda grandes talentos desperdiçados, muito também por conta do impacto da pandemia. Um alto ICH hoje é uma promessa de alta produtividade da futura geração de trabalhadores. O baixo aproveitamento desse índice significa desperdício de talentos dos jovens. O cálculo leva em consideração índices de saúde, educação e emprego, como perspectivas.

Resiliência em empregos

Como um dos estados mais ricos em renda per capita e com o melhor ICH em 2007, ano em que Florianópolis também figurava no topo entre as capitais, Santa Catarina é o único estado das regiões Sul e Sudeste na lista das unidades federativas em melhora devagar no relatório. O estado catarinense foi elencado como o mais resiliente aos choques da pandemia, mantendo as maiores taxas de emprego em 2021, com queda de 4% entre 2019 e 2021. A alta de força de trabalho empregada significa um cenário mais promissor aos jovens. Mas, dentro dessa estimativa de perda de talentos calculada pelo banco, há grandes diferenças conforme o gênero e a etnia. Para jovens brancos em Florianópolis em 2019, por exemplo, o ICH era de 65%, enquanto para os jovens negros era cerca de 10% menor. Ou seja: o desperdício de talentos de jovens negros era de 45% na capital naquele ano.

Caminhos de Santa Bárbara

Foi sancionada na quinta-feira (7/7) a lei que estabelece a Rota Cênica Caminhos de Santa Bárbara, antiga estrada que liga o distrito de Vacas Gordas, em Urubici, a Bom Jardim da Serra, por dentro do Parque Nacional de São Joaquim. A proposta deverá contemplar melhorias no trajeto de 42 km de chão batido (sem pavimentação), com colocação de sinalização e criação de um “passaporte turístico” com informações sobre os principais pontos do caminho – um deles o cemitério que fica no alto do parque. A região de Santa Bárbara é das mais preservadas, incluindo os campos de altitude homônimos.

Cemitério do Parque Nacional de São Joaquim, envolto pelos Campos de Santa Bárbara
Cemitério do Parque Nacional de São Joaquim, envolto pelos Campos de Santa Bárbara – Foto: Lucas Cervenka/CSC

Redução e distribuição de ICMS

Publicidade

Segundo a Medida Provisória (MP) 255/2022 em tramitação na Alesc, que reduziu as alíquotas do ICMS cobrado em Santa Catarina sobre a gasolina, o etanol e a energia elétrica, seguindo a legislação federal, a perda de arrecadação será de R$ 4 bilhões para o governo do estado e consequentemente para os municípios, que recebem 25% dessa arrecadação. Segundo estimativa da Confederação Nacional de Municípios em maio, o impacto para as 5 maiores cidades da Grande Florianópolis será na casa de R$ 52 milhões. Ao mesmo tempo o MPSC pede por uma lei que garanta 25% do ICMS destinados aos municípios para a educação conforme o desempenho dos alunos de cada cidade. Hoje em dia a repartição é feita com critério financeiro: 15% são divididos de forma igualitária entre as 295 cidades de SC e 85% conforme a atividade econômica de cada município. A pauta da redução do ICMS ainda vai causar mais embates políticos em SC.

Veleiro da UFSC

Veleiro ECO da UFSC é premiado pela Fundação Boticário
Veleiro ECO da UFSC é premiado pela Fundação Boticário – Foto: Divulgação/CSC

O projeto Igaú, iniciativa do Veleiro ECO, da UFSC, foi um dos contemplados pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e a Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná, que irão destinar R$ 3,7 milhões em apoio financeiro para 19 soluções inovadoras para desafios do oceano e regiões costeiras do Brasil. A proposta do Veleiro ECO começa a ser executada neste mês de julho. O objetivo do projeto é promover a conservação dos ecossistemas pelo cultivo de algas, conservando e restaurando os serviços ecossistêmicos, como o provimento de alimentos e espaço de lazer.

Aumento nas passagens

Os preços das passagens de ônibus para viagens intermunicipais em Santa Catarina terão reajuste entre 16% e 17% a partir de 7 de agosto. As alterações valem para a Auto Viação Catarinense, Reunidas e Real Transporte. A autorização do reajuste, dada pela Aresc, leva em conta o acordo provisório das empresas com o MPSC até que as linhas sejam licitadas.

Em defesa do Parque de Itajaí

A Acaprena lançou abaixo-assinado para evitar a perda de proteção integral do Parque Nacional de Itajaí, que abriga 57 mil hectares de mata atlântica. Políticos catarinenses querem avançar sobre a área, reduzindo a proteção para “uso sustentável”, nos quais os recursos naturais podem ser explorados. O argumento político é que é necessário fazer indenizações dos proprietários – o que não tem conexão nenhuma com o tipo de proteção. Atualmente o parque permite o uso indireto dos recursos, como o turismo ecológico. Segundo a Acaprena, das 344 propriedades parcial ou totalmente inseridas na unidade de conservação, apenas 3 proprietários que dependem do uso da terra ainda não foram indenizados. Ou seja, a indenização não tem relação com tipo de proteção, o que singifica que estão mais uma vez tentando “passar uma boiada”, típico prejuízo ambiental desse quadriênio.

São José tem alta de homicídios

Dados do Colegiado Superior de Segurança Pública de SC mostram que a cidade de São José é que tem maior alta de casos de homicídio nesse ano. Enquanto nos 6 primeiros meses de 2021 foram registrados 7 assassinatos, de janeiro a junho desse ano já foram 18 em solo josefense. A cidade com mais casos registrados é a capital, com 20 homicídios em 2022. As mortes podem estar relacionadas com as disputas entre facções criminosas, que abalaram o estado principalmente entre 17 e 18.

Imagem da semana

farol de Naufragados e Fortaleza de Araçatuba
Farol de Naufragados e Fortaleza de Araçatuba – Foto: Renê Rachadel/Divulgação/CSC

Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

Publicidade
COMPARTILHAR