Reabertura do comércio em SC depende do sistema de saúde, que não está pronto para a pandemia

    Atraso logístico em todo o país faz com que estados estejam desabastecidos de insumos para combater o coronavírus

    zeferino e moisés na ponta de uma mesa com cartaz à frente

    Em coletiva na manhã deste sábado (28/3), o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, e o secretário da Saúde, Helton Zeferino, atualizaram a quantidade de casos de coronavírus: são 184 no estado.

    Retomando questões levantadas na coletiva de sexta, Moisés e Zeferino reforçaram que a situação de fornecimento de insumos ao estado ainda é problemática. Faltam kits de testes, equipamentos de proteção individual para todos os profissionais na linha de frente de combate à pandemia e também a baixa oferta e preços altos dos ventiladores mecânicos (respiradores) no mercado.

    Os ventiladores são importantes nos casos graves de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), causada pelo novo coronavírus. Como salienta o secretário “não há que se falar em leitos de UTI sem os equipamentos de proteção aos profissionais da saúde e sem os equipamentos para tratamento do paciente”.

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    Diante do grave problema logístico dos insumos hospitalares que atravessa não só Santa Catarina, mas todo o Brasil, a intenção de reabertura das atividades laborais pode ser reavaliada. Moisés falou rapidamente sobre essa possibilidade, pois há uma grande preocupação do setor de saúde do estado em estar pronto para o pior momento da pandemia, que ainda não chegou.

    + Governador e secretário falam sobre os problemas de falta de insumos hospitalares

    Tanto o governador, quanto o secretário deixam bem claro que o número de casos vai aumentar exponencialmente, assim como as mortes. Como o epicentro da pandemia no Brasil deve ser o sudeste, é possível que o Ministério da Saúde desvie para lá a maioria dos insumos necessários para combater a pandemia, fazendo com que as remessas para outros estados atrase.

    “Numa situação de pré-crise nós já estamos tendo alguma dificuldade logística, é verdade, o que nos faz até começar a avaliar inclusive os nossos cronogramas de montagem de unidade de UTI. Esse é um desafio pra equipe da saúde na medida que a gente não tem garantia da entrega dos produtos. Esse é um grande desafio que a gente tem que reavaliar as decisões dia a dia. Inclusive as próprias medidas de flexibilização, ou o convívio com o vírus, como eu digo, elas têm que ser avaliadas par e passo com essa capacidade do estado de se organizar”, falou o governador.

    Moisés, então, disse que o início da reabertura, marcada para segunda-feira (30/3) com algumas atividades comerciais, será um teste. Pelo plano do governo estadual, abrem, com restrições, as agências bancárias, correspondentes bancários, lotéricas e cooperativas de crédito na segunda, fora os serviços considerados essenciais.

    O município de Florianópolis já decretou a extensão da quarentena até 8 de abril e a decisão coloca mais pressão no governador para reavaliar o fim do isolamento em todo o estado. De outro lado, há a pressão de setores da economia catarinense para que o governador suspenda o isolamento horizontal, assim como propõe o governo federal.

    Por Lucas Cervenka

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