TJ aceita recuperação judicial do Figueirense, decisão inédita para clubes de futebol

    O Figueirense teve seu pedido de recuperação judicial aceito pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina e pode colocar em prática ao plano para reestruturação do clube, afundado em uma dívida de mais de R$ 160 milhões.

    “A diretoria administrativa do Figueirense, com imensa satisfação, informa que, na data de hoje, aproximadamente às 19h00, o Plano de Recuperação Extrajudicial do Figueirense Futebol Clube e da Figueirense Futebol Clube Ltda. foi homologado pelo Juízo da Vara Regional de Recuperações Judiciais, Falências e Concordatas da Comarca de Florianópolis”, informou o clube em nota nesta sexta-feira (17/12).

    Ainda conforme o clube, após a contratação de uma consultoria para analisar as contas, foram tomados cenários de como proceder nos últimos 18 meses conforme o desempenho do clube, que irá disputar a Série C do campeonato brasileiro em 2022. “A política de austeridade se revelou insuficiente para equilibrar as contas. Associada a ela, foi necessário tirar do papel um audacioso projeto que permitisse ao Figueirense se valer de instrumentos jurídicos para estancar a sangria representada por penhoras e bloqueios quase que diários”, diz o posicionamento do time do Estreito.

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    Com a homologação da justiça do plano de recuperação do Figueirense, tal qual em uma empresa, o efeito prático é equacionar a sua dívida junto aos credores trabalhistas e cíveis. Após um ano de carência, haverá um alongamento dos prazos prazo de pagamento: 10 anos para as dívidas trabalhistas e 15 anos para as dívidas cíveis.

    De acordo com a coluna Capital, do jornal O Globo, é a primeira vez que um tribunal de justiça aceita um plano de recuperação de um time de futebol, porque até então os times eram vistos não como empresas. O juiz Luiz Henrique Bonatelli, do TJSC, entendeu que, por ser uma sociedade mista e exercer atividade econômica, o clube tinha um pedido legítimo e, assim, o direito ao procedimento legal.

    O presidente Norton Flores Boppré sintetizou o sentimento da diretoria do Figueirense: “A restruturação do endividamento é uma questão sensível para os clubes de futebol do país. Outros clubes irão precisar readequar sua estrutura de capital e o Figueirense mostrou que é possível”.

    Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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