Votação do relatório final da CPI da Ponte transferida para próxima semana

Segundo o relator, será pedido o indiciamento de 26 pessoas por fraudes em licitações, organização criminosa e falsidade ideológica

close na estrutura de sustentação da ponte hercílio luz
Foto: Lucas Cervenka/CSC

Os membros da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga eventuais irregularidades nas obras da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, decidiram adiar para a próxima terça-feira (10/11), às 17h, a votação do relatório final apresentado nesta segunda-feira (2) pelo deputado Bruno Souza (Novo), como forma de poderem ler e analisar as 600 páginas da conclusão dos trabalhos iniciados em fevereiro deste ano.

O presidente da CPI, deputado Marcos Vieira (PSDB), explicou que as reuniões desta segunda e terça-feira (3), inicialmente marcadas para leitura e votação do relatório, seriam um período curto para analisar as 600 páginas. Vieira salienta que, da mesma forma como funciona o plenário da Alesc, os deputados terão uma semana para ler o relatório e se darão por cientes do que foi apresentado.

No total, toda documentação levantada nas reuniões da CPI, que foram realizadas em 240 dias divididos em dois períodos, foram de 26 instrumentos com 85 volumes e 18.182 páginas. O relatório final, conforme o relator, pode ser resumido em 50 páginas com as recomendações. “A maioria é probatória do que foi levantado nas reuniões, com depoimentos e apuração da documentação”, ressaltou Souza.

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O relator Bruno Souza afirmou que também concordou com a prorrogação do prazo para votação por entender que os demais membros da CPI solicitaram e precisam de mais um período para se aprofundar no estudo da conclusão. Sobre o relatório final, o deputado assegurou que está com a consciência tranquila e satisfeito com o trabalho que a sua equipe realizou nesses oito meses.

O parlamentar sintetizou o relatório que será lido na próxima terça. “Muito por ineficiência, muito por descaso, muito por fragilidade de nossas instituições e de nossos órgãos, tanto fiscalizadores como os ordenadores de despesa. Chegamos à conclusão que temos fraudes em licitações, organização criminosa, falsidade ideológica, um rol de crimes que estão ali apontados no relatório e por isso pedimos o indiciamento de diversas pessoas do meio político e do meio empresarial para que possamos virar essa página da ponte Hercílio Luz e trazer a verdade à tona.”

De acordo com a assessoria do parlamentar serão 26 indiciados. Entre os denunciados estão nomes como o ex-governador Raimundo Colombo, e de três ex-presidentes do Deinfra.

Bruno Souza concluiu que foram gastos R$ 688 milhões, em valores atualizados em todos os contratos e aditivos na reforma da Ponte Hercílio Luz. “Muito dinheiro desperdiçado. Essa cifra poderia ser bem menor.”

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