Bebê agredido por cuidadores em Caçador falece no hospital

Criança foi espacanda por casal na segunda-feira

Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis
Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis - Street View/Divulgação/CSC

Um bebê de apenas três meses morreu nesta quinta-feira (21/7) na UTI do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, após sofrer diversas agressões de um casal de cuidadores em Caçador. A informação foi confirmada pela família.

A Justiça atendeu ao pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e da Polícia Civil e decretou na quarta-feira (20) a prisão preventiva do casal que espancou a vítima segunda-feira (18), em Caçador. As suspeitas são de agressões em diversas partes do corpo além de terem “chacoalhado” o bebê agressivamente.

A mãe da vítima é venezuelana e está trabalhando no Brasil. Segundo o MPSC, a mulher contou que deixou o filho com o casal por volta das 10h20 e que recebeu uma ligação às 14h. Do outro lado da linha, a suspeita contou que levou o bebê para o Hospital Maicé porque estava com dificuldades para respirar.

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Os primeiros exames médicos apontaram várias lesões corporais. A Polícia Civil foi acionada e o homem de 22 anos e a mulher de 19 anos foram presos em flagrante. Eles estão na cadeia.

A Promotoria da Infância e Juventude da Comarca de Caçador instaurou três procedimentos para apurar, respectivamente, a situação do bebê, a situação das duas filhas dos agressores e se outras crianças eram cuidadas pelo casal. Um dos objetivos é identificar porque o bebê e outras crianças estavam sob cuidados de terceiros e não em creches e escolas.

Transporte por ambulância

Devido à gravidade das lesões, o bebê precisou ser transferido de Caçador para o Hospital Infantil Joana de Gusmão, na capital, por meio terrestre. Os deputados oposicionistas Bruno Souza (Novo) e Jessé Lopes (PL) afirmaram na Alesc que o avião dos Bombeiros Arcanjo 6 estava no dia na mesma cidade à serviço do governador e que, por isso, não teria ocorrido o transporte aéreo da criança para a capital, que foi encaminhada por ambulância.

O governo do estado afirma que a alegação do uso do avião em detrimento do atendimento do bebê é mentirosa e, em nota nessa quarta, lamentou a “exploração política irresponsável de dramas humanos por alguns parlamentares”.

De acordo com Bruno Barros, coordenador médico do Grupo de Resposta Aérea de Urgência, além de não ter chegado nenhuma solicitação para transporte aéreo do bebê, a gravidade do caso não permitiria esta opção. “As aeronaves são preparadas para o transporte de pacientes em situação grave, mas com quadros estáveis. Elas não possuem configuração para atendimentos emergenciais como era a situação do bebê”, afirmou Barros.

O coordenador médico ressalta ainda que durante o transporte da vítima pela Ambulância de Suporte Avançado o paciente sofreu três paradas cardiorrespiratórias e precisou ser reanimado, manobra que não poderia ser feita dentro do avião. O bebê ainda chegou com vida ao Hospital Infantil Joana de Gusmão.

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O pai da criança que faleceu também é venezuelano, porém mora e trabalha em Boa Vista (RO) e está em deslocamento para Caçador, onde deve ocorrer o velório.

Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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