Celesc fala sobre alta no consumo e quedas na distribuição de energia

    Enquanto recoloca os fios nos postes após cada temporal, a Celesc dá explicações sobre o que se passa nessa temporada de forte calor, alto consumo e contas polêmicas

    close no topo de um poste com dezenas de fios de energia emaranhados na avenida jousé di bernardi em são josé
    Foto: Celesc/Divulgação/CSC

    O forte calor de janeiro fez com que o consumo de energia crescesse além do normal. O recorde de consumo de energia foi quebrado sete vezes no mês. Em mais de uma ocasião, temporais derrubaram linhas de energia e milhares de consumidores na Região Metropolitana de Florianópolis ficaram às escuras. A conta de energia, em muitas unidades consumidoras, veio com valores muito além da média ao longo do ano e a reclamação geral fez o Ministério Público estadual e Procons municipais abrirem força-tarefa para apurar esse aumento excessivo nas contas.

    Enquanto recoloca os fios nos postes após cada temporal, a Celesc dá explicações sobre o que se passa nessa temporada. Para a companhia, a alta nas tarifas é simples, diretamente proporcional ao calor e ao consumo. De acordo com um jornal da Capital, houve consumidor em São José que recebeu contas de mais de R$ 24 mil e R$ 34 mil, quando a média era de R$ 106.

    Com os ventiladores no nível três na redação, o jornal Correio de Santa Catarina lançou há alguns dias questionamentos para a Centrais Elétricas de Santa Catarina, atendidos pela assessoria de imprensa e reproduzidos na íntegra abaixo.

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    Correio de Santa Catarina – Desde dezembro, o recorde de pico de consumo já foi batido quantas vezes? Diante da previsão de mais calor é possível que essas marcas continuem aumentando?

    Celesc – Somente no mês de janeiro foram registrados sete recordes da demanda no sistema elétrico da área de concessão da Celesc. Se a temperatura permanecer em alta, é possível que este recorde seja batido novamente. Também temos expectativa de aumento de consumo com o retorno das atividades escolares e a retomada plena das atividades industriais.

    Correio – Há registros de falta de luz na Grande Florianópolis como, por exemplo, o problema que houve na subestação do Roçado (São José) e o transformador incendiado em Coqueiros (Florianópolis). Esses problemas estão relacionados ao alto consumo?

    Celesc – No dia 31, a ocorrência na Subestação Roçado foi causada por um desligamento da linha de transmissão da Eletrosul devido a descargas atmosféricas. Na sexta-feira, 1, a rede de distribuição da Celesc também sofreu com os fortes ventos que atingiram aquela região, com registros de rajadas de até 124 km/h e que trouxe muitos transtornos para a população e para o sistema elétrico.
    A ocorrência no transformador de distribuição no bairro Coqueiros se deu, sim, por sobrecarga, mas a origem da sobrecarga ainda está sendo investigada.

    Correio – Se o forte calor continuar é possível que hajam mais quedas ou falhas na rede de distribuição elétrica?

    Celesc – O sistema elétrico de alta tensão catarinense possui capacidade instalada de 7,3 mil MVA para uma demanda que, em janeiro deste ano, atingiu recorde de 5.3718,26MW. Então, o que podemos dizer é que não há risco de racioamento de energia, porque há suficiente para atender o crescimento do mercado.
    Mas o forte calor aumenta o consumo de energia e, por conseqüência, o carregamento do sistema elétrico e este fato, associado aos eventos climáticos que costumam atingir Santa Catarina nesta época do ano, podem ocasionar problemas pontuais, como queima de transformadores. Nesses casos, somente a região atendida pelo equipamento avariado ficará sem energia até sua substituição.

    Correio – O programa Bônus Eficiente visa, entre outros pontos, diminuir a carga de energia ao aumentar a eficiência dos aparelhos domésticos. Como finalizou o programa bônus eficiente? Há previsão de nova edição?

    Celesc – O projeto Bônus Eficiente Linha Eletrodomésticos V finalizou a venda de todos os produtos com cinco dias de comercialização. Agora foram iniciadas as etapas de medição e de verificação, que irão apurar o consumo dos eletrodomésticos antigos. Na seqüência, os equipamentos adquiridos serão entregues e também passarão por posterior medição e verificação. As últimas fases são os descartes ambientalmente corretos dos eletrodomésticos antigos, a emissão de relatório e a auditoria da Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Uma nova edição do projeto está em estudo, mas ainda não há previsão de data.

    Correio – A respeito da força-tarefa do MPSC que apura os aumentos nas contas para os consumidores, o que pode ser dito?

    Celesc – A Celesc está preparando as informações solicitadas pelo MPSC e apresentará em reunião já agendada.

    Correio – Orientações aos consumidores?

    Celesc – A alta dos valores da conta de energia elétrica está relacionada ao alto consumo de energia registrado durante o verão. Por isso, é preciso que a população pratique o consumo consciente, com a adoção de hábitos e a aquisição de equipamentos eficientes. Para tornar essa informação mais acessível a todos (família, vizinhos, parentes, amigos), a Celesc criou o infográfico abaixo com informações e dicas sobre esse tema:

    quadro demonstrativo com dicas de economia de energia
    Fonte: Celesc/Divulgação
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