Deputados aprovam prosseguimento de impeachment no caso dos respiradores: 36 a 2

deputado segura folha com matéria impressa a respeito de compra superfaturada
Por 36 votos favoráveis, 2 contrários, 1 abstenção e 1 ausência, deputados autorizam o prosseguimento da ação de impeachment de Moisés na Alesc no caso dos respiradores superfaturados - Rodolfo Espíndola/Agência AL/Divulgação/CSC

Após 3h30 de discussão, foi aprovada na noite dessa terça-feira (20/10), na Alesc, a continuidade do processo de impeachment do governador Carlos Moisés (PSL) a respeito da compra dos 200 respiradores com a Veigamed, superfaturada em R$ 33 milhões.

Como votaram os deputados

MDB:
Luiz Vampiro – Sim
Ada de Luca – Sim
Dirce Heiderscheidt – Sim
Jerry Comper – Sim
Mauro de Nadal – Sim
Moacir Sopelsa – Sim
Romildo Titon – Sim
Valdir Cobalchini – Sim
Volnei Weber – Sim
PSL:
St. Lima – Sim
Ana Campagnolo – Sim
Cel Mocellin – Não
Felipe Estevão – Sim
Jessé Lopes – Sim
Ricardo Alba – Sim
PSD:
Kennedy Nunes – Sim
Ismael dos Santos – Sim
Marlene Frengler – Sim
Milton Hobus – Sim
Julio Garcia – Abstenção
PL:
Ivan Naatz – Sim
Carlos Humberto – Sim
Marcius Machado – Sim
Maurício Skudlark – Sim
PT:
Fabiano da Luz – Sim
Luciane Carminatti – Sim
Neodi Saretta – Sim
Padre Pedro – Sim
PP:
João Amin – Sim
Altair Silva – Sim
José Milton Sschaffer – Sim
PSB:
Nazareno Martins – Sim
Laércio Schuster – Sim
PSDB:
Marcos Vieira – Sim
Dr. Vicente Caropreso – Ausente
Novo:
Bruno Souza – Sim
PCdoB:
César Valduga – Sim
PDT:
Paulinha – Não
PSC:
Jair Miotto – Sim
Republicanos:
Sérgio Motta – Sim

39 votos presentes: 36 votos sim, 2 votos não, 1 abstenção. O deputado Vicente Caropreso, que estava presente virtualmente, passou mal ao longo da sessão de discussão e foi encaminhado ao hospital, informou a líder do governo, deputada Paulinha.

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Na terça-feira (13) da semana passada, a Alesc decidiu que esse processo de impeachment segue apenas com responsabilização ao governador, excluindo a vice do caso da compra irregular.

Advogados se manifestam

As discussões sobre o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 11/2020, que trata do segundo pedido de impeachment do governador, tiveram início com as manifestações dos advogados de defesa e de acusação, na sessão desta terça-feira (20). Cada parte teve direito a 15 minutos para se pronunciar.

Bruno de Oliveira Carreirão, que assinou a representação, afirmou que o pedido de impeachment é um “pedido de socorro do povo catarinense” diante das irregularidades cometidas pelo governo na aquisição dos respiradores da Veigamed e no edital de contratação do hospital de campanha de Itajaí. Para o advogado, o efetivo combate ao coronavírus só ocorrera com o fim do governo Moisés.

“O povo catarinense precisa do impeachment para que possamos enfrentar o coronavírus, o impeachment de um governo marcado pela compra de respiradores fantasmas, fraude na contratação de desnecessário hospital de campanha e o Estado tentando terceirizar a sua responsabilidade aos municípios”, afirmou.

Também responsável pela representação contra Moisés, o advogado Leonardo Boarchart citou as várias oportunidades em que o governador teria demonstrado publicamente ter pleno conhecimento da compra dos respiradores e do hospital de campanha. “O histórico de lives, coletivas de imprensa e de documentos mostram que o governador sempre soube e participou ativa e diretamente”, afirmou.

Boarchart declarou, ainda, que “uma quadrilha tomou conta do governo”. Disse também que Moisés não tomou providências contra os responsáveis pela compra dos respiradores, que foram desligados de seus cargos “com elogios e afagos, sem que sequer um procedimento administrativo fosse instaurado para apurar as escrachadas ilicitudes.”

O que disse a defesa

O advogado de Moisés, Marcos Probst, classificou o pedido de impeachment como “uma fraude”. Ele desqualificou as provas apresentadas na denúncia, como as lives de Moisés e uma declaração do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e reiterou que o governador não sabia do pagamento antecipado pelos 200 respiradores.

O defensor afirmou que o presidente do TCE esclareceu que jamais comentou com o governador sobre a compra específica da Veigamed e que a conversa tratou genericamente sobre pagamento antecipado. Da mesma forma, Probst garantiu que Moisés não mentiu à CPI dos Respiradores e só ficou sabendo da compra no dia 22 de abril e que de imediato solicitou providências à Polícia Civil.

Sobre o hospital de campanha, o advogado afirmou que o documento que autorizaria a contratação não foi assinado pelo governador e afirmou que a acusação “falseou as provas” na denúncia. “A compra dos 200 respiradores também não transitou pelo gabinete do governador”, completou.

“Rogo que vossas excelências se valham do mesmo princípio que muitos usaram recentemente, rogando pelo princípio da ampla defesa, pela impossibilidade de pré-julgar. Espero que não haja açodamento por parte do Plenário”, finalizou.

Com informações da Agência AL

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