Diagnóstico social revela a situação de adolescentes e jovens no mundo do trabalho em Florianópolis

Florianópolis é a capital com o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) do país. Tem números positivos relacionados à renda, educação e longevidade. No entanto, o índice que mede a desigualdade social (Gini) revela que a distribuição de renda não melhorou ao longo dos últimos anos, ou seja, a alta qualidade de vida da capital não alcança a todos.

O Instituto Comunitário Grande Florianópolis (Icom) elaborou o diagnóstico social participativo Sinais Vitais – Adolescentes e jovens no mundo do trabalho. O evento solene de alançamento e entrega do relatório para a cidade será em 14 de outubro.

Segundo dados preliminarmente publicados pelo instituto, o IDHM diminui conforme o gênero e a raça na cidade: a renda da população negra é de 30% a 40% menor do que a da população branca, e os homens recebem 36% a mais do que as mulheres.

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No último Censo do IBGE, 4.515 crianças e adolescentes foram identificados trabalhando em Florianópolis. “Mesmo na capital com o maior Índice de Desenvolvimento Humano do país, o trabalho infantil ainda é uma realidade a ser enfrentada”, avalia Larissa Boing, gestora de programas do Icom. “A informalidade, ao lado do trabalho infantil, é um dos mais graves problemas sociais a serem enfrentados para garantir o desenvolvimento sadio de nossas crianças e adolescentes”.

Oportunidades para jovens

O Sinais Vitais também identificou que o potencial de contratação em Florianópolis é de 15 mil jovens aprendizes. Em 2018, 2.265 estavam com contrato ativo. Naquele mesmo ano, 7 mil pessoas aguardavam por uma vaga de emprego como jovem aprendiz na cidade. “Com isso, concluímos que há muito espaço para que estes jovens atuem, tendo seus direitos respeitados e salários dignos”, comenta Larissa.

Porém, 80% dos jovens aprendizes tiveram seu contrato interrompido antes de completar um ano de trabalho em 2018. Em 43% dos casos, isso aconteceu antes dos seis meses.

Ao conversar com os jovens sobre estas questões, diferentes razões surgem, como a pressão psicológica; o pouco tempo livre; o sentimento de incapacidade ou a falta de identificação com o ambiente de trabalho.

O estudo, a ser lançado, relaciona que empresas e os polos tecnológicos da capital – com grande mercado e vagas de trabalho – estão geograficamente próximos de áreas de vulnerabilidade social e que a abertura de portas para a contratação de aprendizes pode transformar realidades.

A nova edição do Sinais Vitais será lançada em 14/10, de forma online, às 16h, no canal do Icom no Youtube.

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