Família Schurmann inicia expedição em busca de soluções de limpeza dos mares

    Com a finalidade de conscientizar a população mundial a respeito do lixo nos oceanos, especialmente os plásticos, toda a Família Schurmann – Vilfredo, Heloisa e os filhos Pierre, David e Wilhelm – volta a se reunir a bordo do veleiro Kat para iniciar, neste domingo (29/8) em Balneário Camboriú, a expedição mundial Voz dos Oceanos. Com o apoio global do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), os velejadores e demais tripulantes da embarcação envolvidos nessa missão de dois anos de duração passarão por 60 destinos nacionais e internacionais, entre Brasil e Nova Zelândia.

    Ao realizar três voltas ao mundo nos últimos 37 anos, a Família constatou de perto que os oceanos sofrem mudanças severas, já que estão cada vez mais poluídos. “Tudo isso impacta não apenas a vida marinha, mas atinge as populações de modo geral. O tema é tão urgente que a ONU definiu o período de 2021 a 2030 como a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. Acreditamos que por meio de uma grande corrente mundial do bem conseguiremos mudar juntos o cenário”, ressalta Vilfredo Schurmann.

    integrantes da Família Schurmann
    Com apoio mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, durante dois anos, tripulantes do veleiro Kat mobilizarão 60 destinos – Foto: Emmanuel Schurmann/Divulgação/CSC

    Nesta jornada, a Família Schurmann envolverá cientistas, educadores, ambientalistas, empreendedores, executivos de grandes empresas, influenciadores, formadores de opinião, ONGs, gestores públicos e sociedade civil com propostas para reverter o cenário de destruição dos mares e envolvendo ações de empreendedorismo e educação. “Voz dos Oceanos vai além da nossa família. Esse é um movimento coletivo em prol dos nossos oceanos, nosso planeta e nossa vida. Todos podem ser essa voz. E assim como os oceanos, nosso movimento também não tem fronteiras. É uma iniciativa do Brasil para o mundo”, destaca David Schurmann.

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    Com uma tripulação a bordo do veleiro Kat de oito membros, a Voz dos Oceanos passará por 60 locais estratégicos no planeta, incluindo pontos dos mares onde os mais variados itens de plástico se acumulam, vindos de diferentes partes do mundo por meio das correntes marítimas.

    Veleiro Kat: práticas sustentáveis
    Batizado em homenagem à filha do casal, que faleceu em 2013, o veleiro Kat possui seis cabines, duas salas, uma cozinha e três banheiros. Entre os diferenciais da embarcação está a quilha retrátil hidráulica e todas as soluções sustentáveis. O veleiro faz uso de energia limpa (eólica, hídrica e solar) e conta ainda com geradores de baixo consumo e sistema de tratamento de esgoto. Para a Voz dos Oceanos foram efetuadas algumas melhorias, entre elas, ampliação da capacidade de geração de energia limpa de 75% a 100%, adoção de baterias de Lithium, mudanças no tratamento de águas com ultravioleta na fase final. Além disso, todo o lixo produzido é devidamente tratado. O barco possui uma composteira para tratar o lixo orgânico e um compactador para armazenar o lixo reciclável.
    Lixo plástico no mundo

    – Mais de 8 milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos todos os anos. O custo ambiental atinge US﹩ 8 bilhões anualmente. Se nada for feito, esse volume pode chegar a 20 milhões de toneladas por ano até 2040.

    – Em 2018, a produção mundial foi de 280 milhões de toneladas de material plástico. Um terço dessa produção são de itens de uso único, como sacolas, canudos ou copos.

    – Segundo o Banco Mundial, o Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico no mundo, com 11,3 milhões de toneladas, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia.

    – O Brasil recicla menos de 2% do lixo plástico coletado. Esse é um dos menores índices da pesquisa e bem abaixo da média global de reciclagem plástica, que é de 9%.

    – O custo estimado do lixo marinho varia de € 259 a € 695 milhões, principalmente para o setor do turismo e da pesca.

    – A reciclagem de 1 milhão de toneladas de plástico equivale a retirar 1 milhão de carros das estradas (CO2).

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