Florianópolis avança no uso de tecnologia para segurança pública

Reconhecimento facial, análise de comportamento na rua, drones e registro de entrada e saída dos alunos por SMS são algumas das ideias da pasta para inovar no controle na cidade

Prefeito Gean Loureiro entregou novas viaturas à guarda e falou da necessidade do uso de tecnologia na segurança, como também passar de um trabalho de repressão para um trabalho social nos bairros - Foto: Lucas Cervenka/CSC
Prefeito Gean Loureiro entregou novas viaturas à guarda e falou da necessidade do uso de tecnologia na segurança, como também passar de um trabalho de repressão para um trabalho social nos bairros - Foto: Lucas Cervenka/CSC

O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, entregou na manhã desta segunda-feira (6/5) mais 10 novas viaturas para a Guarda Municipal. Os veículos SUV médios deverão gerar economia ao município, conforme destacou Gean, por necessitarem de menos manutenção do que as demais viaturas, já muito utilizadas, e dispensar outras alugadas.

A entrega faz parte do lançamento de um novo programa de segurança pública para a capital, voltado principalmente à prevenção e utilização de tecnologia.

Isso inclui nas ações de curto e médio prazo a instalação de câmeras com reconhecimento fácil, análise de comportamento dissonante, aumento do efetivo da guarda, controle de acesso às crianças em escolas municipais com monitoramento em tempo real pelos responsáveis, drones monitorando locais públicos e totens com câmeras nas praças.

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O secretário de Segurança da Capital, Alceu de Oliveira Pinto Jr., apresentou o Plano de Segurança de Florianópolis, um documento alinhado com as proposições dos planos estadual. “Possivelmente somos uma das primeiras capitais a ter o plano alinhado com o Governo Federal. Isso nos permitirá buscar recursos de Brasília para investir na nossa segurança”, explicou o secretário.

Os itens de tecnologia para segurança pública

Na área da tecnologia, a compra de novas câmeras deve ser uma realidade na cidade nos próximos meses. Os equipamentos serão instalados com a tecnologia de reconhecimento facial. Na prática, o sistema consegue reconhecer alguém procurado pelas forças de segurança, por exemplo, automaticamente, auxiliando no trabalho dos agentes municipais. “Além do reconhecimento fácil, também vamos ter o reconhecimento de movimentos suspeitos. Quando uma pessoa está correndo, por exemplo, no meio de várias outras que estão caminhando. Com isso, o sistema avisa nosso agente, que começa a observar com mais atenção a cena”, disse o secretário.

Voltado para a área da educação, a prefeitura apresentou o projeto de controle nas escolas por catraca e aviso imediato aos pais na entrada e saída dos filhos. A ideia é que os alunos vão acessar as escolas através de cartões ou impressão digital. Com a informação do horário, o sistema avisa imediatamente (por algum serviço de mensagem) os pais da criança. A intenção da prefeitura é ter em algumas escolas já no segundo semestre deste ano.

Na apresentação do plano, o prefeito destacou que Florianópolis está hoje com uma curva ascendente de criminalidade e falou sobre a transversalidade do tema de segurança. “A segurança pública passa por diversas áreas e secretarias da prefeitura. Mas sozinha não adianta. Precisamos passar de 100% de repressão nos locais para 90% de programas sociais e 10% de prevenção”, disse Gean.

Correio – Com o novo plano de segurança, muda algo para os conselhos comunitários de segurança?
Gean Loureiro – Nós estamos cada vez mais buscando efetivar os conselhos que se desativaram com o tempo. O próprio conselho municipal de segurança prevê a atuação dos conselhos comunitários nessa definição da atuação da política pública de segurança. Com isso nós conseguimos efetivamente ter uma participação mais efetiva dos conselhos, eles se sentem mais prestigiados e a informação deles possa ser levada em conta nas decisões. A nossa expectativa é que a gente possa estimular para cada região, cada bairro possa ter o seu conselho. A política de segurança só vai ter mais efetividade com a participação da sociedade, e os Consegs são um dos instrumentos para isso.

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