Justiça federal reforça decisão drástica na Lagoa da Conceição

A 6ª Vara Federal de Florianópolis reforçou uma decisão de 2010 que determina ao Município de Florianópolis uma intervenção drástica em imóveis na Lagoa da Conceição. A prefeitura deve desocupar todo as construções até 15 metros da orla, entre outras medidas.

O despacho foi dado na segunda-feira (6/11), pelo juiz Marcelo Krás Borges, em cumprimento de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF). A decisão da justiça federal para intervenção na faixa dos 15 metros já havia sido proferida em 2005 e sacramentada em 2010.

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O que o MPF pede é que seja respeitada a área de preservação permanente da lagoa, o que significa uma faixa de 30 metros de distância desde a margem. Nessa faixa, os “terrenos de marinha”, a decisão é que não se pode mais construir e o município deverá analisar todas as documentações dos imóveis, identificando os responsáveis e indicando quando foram dados os alvarás. Não há estimativa de quantos imóveis pode ser afetados.

Para a faixa de 15 metros de distância da Lagoa da Conceição, a justiça determinou uma intervenção mais rigorosa: devem ser impedidas ou embargadas todas as obras e construções, além de ser promovida a desocupação das edificações, a fim de permitir a passagem e circulação de pedestres. Na prática, imóveis podem ser demolidos, o que é algo que já acontece em algumas ocasiões. Em um dos casos um homem morreu soterrado na Costa da Lagoa demolindo casa encostada na água.

costa da lagoa vista da altura da água com montanhas e algumas casas em meio à vegetação
Imóveis até 30 metros da água podem passar por revisão de alvarás e os que estão até 15 metros teoricamente devem ser desocupados – Foto: Lucas Cervenka/CSC

O terceiro ponto da decisão é de que deverão ser abertos acessos de pedestres à orla a cada 125 metros nos locais onde os imóveis particulares fecham a passagem. Dentro dessas decisões há previsão de multa diária de R$ 1 mil contra o município e multa pessoal contra o prefeito, caso não demonstrem atuação nesse sentido.

A prefeitura tem dois meses para apresentar quais ações está fazendo na região e estuda como recorrer da decisão.

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