Justiça de SC nega liberdade a mulher que matou grávida para roubar o bebê

forno da olaria desativava sob galpão no local onde houve o assassinato - liberdade a mulher que matou grávida
Rozalba levou a gestante Flávia para uma olaria desativada, em Canelinha, e a matou cruelmente, depois abriu sua barriga para roubar o bebê - Divulgação/CSC

Em decisão unânime, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) negou liberdade à mulher que matou grávida em Canelinha em agosto passado, quando cortou sua barriga na intenção de roubar o bebê diretamente do ventre.

A acusada, que ainda está presa preventivamente, responde por homicídio qualificado, tentativa de homicídio, subtração de incapaz, ocultação de cadáver e fraude processual. O colegiado entendeu pela manutenção da prisão em virtude da periculosidade da mulher e do risco à instrução criminal. Ela também já foi declarada suficientemente sã para responder ao processo.

Segundo os autos, em agosto de 2020, a gestante Flávia Godinho Mafra foi assassinada por Rozalba Grimm brutalmente em uma cerâmica desativada e seu bebê foi retirado do ventre pela criminosa, que era amiga de infância da vítima. Para esconder o crime e justificar a presença do recém-nascido, a acusada inventou uma gravidez. Antes de chegar com a criança ao hospital, ela cortou o próprio corpo para simular um parto, na tentativa de enganar os profissionais de saúde. Ela chegou a tirar fotos do bebê antes de chegar à unidade hospitalar.

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O magistrado de origem justificou a necessidade da prisão para a melhor apuração dos fatos, porque existe a suspeita de que a acusada teve o auxílio de outras pessoas. Inconformada com a manutenção da preventiva, a mulher impetrou habeas corpus ao TJSC. Alegou ser primária, sem antecedentes criminais, e que colabora com as investigações. Argumentou também a ausência dos pressupostos autorizadores da prisão cautelar e a insuficiência do decreto prisional, sobretudo em razão da falta de elementos concretos, pelo que sofre constrangimento ilegal. Subsidiariamente, suscitou a aplicação de medidas cautelares.

Para o colegiado, não há constrangimento ilegal porque o decreto prisional é amparado na preservação da ordem pública, bem como para assegurar a conveniência da instrução criminal e a aplicação da lei. “Como dito, ressalta-se que a periculosidade da paciente encontra amparo nas circunstâncias concretas do crime, a demonstrar a falta de limites dela para a satisfação de seu desejo (ter um bebê), ceifando a vida da amiga de infância e dissimulando os fatos para vê-lo realizado, razão pela qual é insuficiente, no caso, a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão. Não há, pois, constrangimento ilegal a permitir a revogação do decreto prisional”, anotou o relator, desembargador Leopoldo Augusto Brüggemann, em seu voto.

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