Marido da mulher que matou grávida em Canelinha tem prisão revogada a pedido do MPSC

Segundo investigadores, marido é inocente

forno da olaria desativava sob galpão no local onde houve o assassinato
Flavia Godinho Mafra foi brutalmente assassinada em uma cerâmica desativada, em Canelinha - Divulgação/CSC

Após analisar os áudios e as trocas de mensagens que foram extraídas dos aparelhos celulares apreendidos e periciados pelo IGP, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) requereu no final da tarde desta quarta-feira (7/10) e a justiça concedeu a revogação da prisão preventiva do marido da mulher suspeita de ter matado uma grávida em Canelinha com o intuito de tomar para si o bebê.

Segundo o MP, as novas provas foram analisadas esta semana tanto pelos promotores de justiça quanto pelos policiais civis que atuam no caso. Para promotora Mirela Dutra Alberton e o promotor Alexandre Carrinho Muniz, as novas provas deixam claro que a mulher enganou o marido o tempo todo. Ela se aproveitava da circunstância de o marido trabalhar em outra cidade e assim conseguia manipular a situação. O marido acreditava piamente na falsa gravidez da mulher. Quanto ao dia do crime, a mulher também deu falsas informações ao marido.

“Estamos perseguindo a justiça. A tarefa do Ministério Público no processo penal é descobrir a verdade, não é a de ceder a qualquer pressão, seja econômica, política e tampouco social. O que o Ministério Público faz é atuar nos casos da maneira mais justa possível”, declara o promotor.

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O homem foi preso em flagrante com a mulher assim que o crime foi descoberto. O flagrante logo foi convertido em prisão preventiva para que as provas do homicídio não fossem destruídas. A mulher havia levado para casa as roupas da vítima, Flavia Godinho Mafra, de 24 anos, que agora se sabe que o marido acreditava serem de uma amiga da esposa.

Ainda conforme o MP, se nenhum outro elemento surgir, o homem também deve ser excluído da denúncia apresentada pela possível prática dos crimes de feminicídio, tentativa de homicídio, parto suposto, subtração de incapaz e ocultação de cadáver. Na ação penal, que já foi recebida pelo Judiciário, o MPSC requer que os denunciados sejam submetidos ao julgamento do Tribunal do Júri da comarca de Tijucas.

Como foi o assassinato

Segundo as provas produzidas em inquérito policial, em 27 de agosto a assassina levou a vítima para um local ermo, supostamente para participar de um chá de bebê surpresa, onde a golpeou com um tijolo e provocou seu desmaio. Na ocasião, a vítima estava grávida, e a mulher usou um estilete para realizar, de forma precária e brutal, o parto. A hemorragia do ferimento causou a morte da vítima e ainda cortou as costas da criança, de 36 semanas.

Em seguida, a denunciada teria se encontrado com o companheiro e ido até o Hospital de Canelinha, onde disse que o filho era seu e que fizera o parto espontâneo em via pública. A equipe do hospital que atendeu a demanda percebeu que as informações eram controversas e acionou a Polícia Militar, que constatou o crime.

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