Mortes por Covid em 2021 se igualam a 2020 em Santa Catarina

    46% das mortes de pessoas entre 30 e 39 anos foi em março desse ano

    Nesta terça-feira (30/3) a Secretaria de Saúde de estadual confirmou mais 158 mortes por Covid em Santa Catarina, chegando ao total de 10.752 pessoas que perderam a vida por conta da doença desde o início da pandemia. Dessas mortes, 5.386 foram nos 10 meses de 2020 e 5.368 apenas em 2021.

    As faixas etárias com mais fatalidades são de 70 a 79 anos, com 2.941 óbitos, e de 60 a 69 anos, com 2.680 óbitos acumulados desde março do ano passado. No geral, as mortes nessas faixas etárias acompanham a quantidade de novos casos de coronavírus.

    Já a faixa de 30 a 39 anos destoa dos registros de casos; há um acúmulo de 293 mortes, mas grande parte, 135 (46%), foi em março de 2021. Das 293 mortes de 30 a 39 anos, 40% das pessoas não tinham registro de comorbidades.

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    Esse aumento na quantidade de mortes de pessoas cada vez mais jovens também pode ser observado pela abrupta subida na taxa de letalidade da doença em 2021. Em 2020 foram 524.590 casos confirmados até 31 de dezembro e, com 5.386 mortes, a doença respiratória teve uma taxa de letalidade média de 1,02%. Já em 2021, com 278.408 casos confirmados de 1º de janeiro a 30 de março, a taxa de letalidade passou a 1,93%. Esse aumento significa que a Covid está 93% mais letal em 2021 do que em 2020.

    Há diversos fatores que podem ser apontados para uma doença mais avassaladora nesse ano, tanto biológicos, quanto sociais: há as novas variantes de preocupação do Sars-Cov-2 circulando majoritariamente em Santa Catarina, como já apontou a Fiocruz, e os hospitais no estado não dão mais conta da quantidade de pacientes. Março de 2021 passou a apresentar uma constante fila de pacientes graves à espera de leito de UTI, seja por Covid, seja por outro problema de saúde. A incapacidade dos sistemas público e privado de saúde faz com que pessoas morram sem o devido tratamento, principalmente no SUS. Levantamento do Ministério Público afirma que mais de 230 pessoas morreram à espera de UTI.

    Por causa desse colapso do sistema a Secretaria de Estado da Saúde determinou orientações de como os médicos devem lidar com a fila de espera de pacientes por UTIs, priorizando aqueles que têm maior chance de sobreviver de acordo com o quadro clínico, sem critério objetivo por faixa etária.

    As cidades de Santa Catarina com mais fatalidades pela Covis desde março do ano passado são Joinville (985), Florianópolis (758), Chapecó (515), Itajaí (449) e Blumenau (401).

    Nesta quarta (31), os dados do governo apontam que os três meses desse ano terão somado mais mortes do que 2020, se a tendência de alta nos óbitos se mantiver.

    Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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