As baixas taxas de vacinação estão entre as principais causas do surto de doenças respiratórias em Santa Catarina nos últimos meses. Para reverter esse cenário, o governo estadual foi autorizado pelo Tribunal Regional Eleitoral a fazer uma nova campanha publicitária e informativa para chamar a população à vacinação.
O objetivo é imunizar ao máximo crianças menores de 15 anos com a multivacinação – que protege contra mais de 20 doenças – e vacinação específica contra a poliomielite.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), a cobertura vacinal caiu drasticamente entre crianças e recém-nascidos nos últimos anos. A situação se agravou na pandemia porque muitas pessoas passaram a desacreditar nas vacinas, não apenas contra a Covid, mas de todos os imunizantes em geral. Hoje, apenas 47% do público-alvo tomou a vacina BCG, que protege contra doenças como a tuberculose. Situação similar ocorre com imunizantes contra a pólio, rotavírus, tetravalente, entre outras.
As campanhas de vacinação
Na Campanha de Vacinação contra a Poliomielite, a indicação é vacinar, de forma indiscriminada, crianças de 1 ano a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias) com a Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses da Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico. Para crianças menores de um ano, a vacinação deve ser feita conforme a situação vacinal encontrada para o esquema primário, 1ª dose aos 2 meses, 2ª dose aos 4 meses e 3ª dose aos 6 meses, com a vacina VIP. O público estimado é de 488.948 crianças na faixa etária de 0 a 4 anos.
Já na Campanha de Multivacinação serão oferecidas para crianças e adolescentes menores de 15 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias) todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. São 17 tipos que protegem contra mais de 20 doenças como febre amarela, sarampo, meningite, caxumba, rubéola, tétano e coqueluche. Nesta Campanha, as doses são recomendadas para todos aqueles que, por algum motivo, deixaram de tomar as vacinas ou estão com esquemas vacinais incompletos. Importante ressaltar que a cobertura vacinal desejada é de 95% para quase todas as vacinas, exceto para a do rotavírus e a BCG, que é de 90%.
“Precisamos que todos façam a sua parte neste momento. As vacinas contribuíram historicamente para a erradicação de uma série de doenças. Não podemos correr o risco de que enfermidades já controladas voltem a aparecer”, diz o secretário estadual de Saúde, Aldo Batista Neto.
Entre as estratégias para aumentar a cobertura de imunização da população infanto-juvenil estão a amplicação dos atendimentos em postos de saúde, com horários estendidos e abertura aos sábados para dar as vacinas e atualizar as cadernetas.
Além da campanha estadual, o Ministério da Saúde também busca incentivar a imunização das crianças e jovens com campanhas nacionais em rádio e televisão, na tentiva de reverter o prejuízo provocado pelo discurso anti-vacina.