Prefeituras discutem solução para o descarte irregular de lixo entre Florianópolis e São José

O conceito é revitalizar e ocupar com lazer e agricultura urbana os mais de 160 pontos onde hoje é feito o descarte inadequado de resíduos

rua entre as cidades onde há um esgoto a céu aberto e muito lixo em volta no canteiro; alguns carros passando e ao fundo os prédios da cidade de são josé
Poder público e sociedade planejam revitalização de espaços para acabar com pontos de descarte irregular de resíduos, principalmente no viaduto da Av. Josué di Bernardi - Foto: Lucas Cervenka/CSC

Por convite da Prefeitura de Florianópolis, poder público e sociedade reuniram-se para tratar da revitalização urbana e eliminação de pontos de descarte irregular de lixo.

A primeira área a ser transformada será no acesso à Capital, na altura do viaduto da Josué di Bernardi, limite com São José. O encontro ocorreu na tarde de segunda (27/8), no auditório da Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (Granfpolis), em Capoeiras.

“O problema é maior do que muita gente está percebendo: estamos perto do verão com risco de epidemia, precisamos conter os focos do mosquito Aedes aegypti”, propôs a diretora de Operações da Comcap, Nilda Oliveira. André Grippa, gerente do Centro de Controle de Zoonoses, da Secretaria Municipal de Saúde, confirmou que dos 490 focos do mosquito registrados em Florianópolis, 395 são no continente e 135 justamente na região de Capoeiras. É nessa região onde concentram-se os pontos de descarte irregular de resíduos.

Eliminar pontos de lixo
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Na ocasião, a gerente do Departamento de Planejamento, Gestão e Projetos da Comcap, Karina da Silva de Souza, apresentou o pré-projeto para erradicar os pontos de descarte irregular por meio de ações intersetoriais. O conceito é revitalizar e ocupar com lazer e agricultura urbana os mais de 160 pontos onde hoje é feito o descarte inadequado de resíduos de grande volume, como móveis e aparelhos descartados, pneus, autopeças, restos de poda e entulho.

A prefeitura de Florianópolis também quer criar o programa Freteiro Legal para certificar os transportadores informais que trabalham com recolhimento de resíduos volumosos. “A pessoa hoje pensa em se livrar de um problema ao dar que levem um sofá ou outro móvel, mas cria outro problema logo ali adiante, para seus vizinhos e para a cidade”, completou Karina da Silva de Souza. “Com o Freteiro Legal o cidadão terá a garantia de entregar a alguém cadastrado que dará destino adequado aos resíduos volumosos”, apontou a engenheira sanitarista. Segundo ela, a Comcap vai ampliar a rede de três para 10 Ecopontos.

Segundo o executivo da Capital, a Comcap disponibiliza uma equipe de 70 pessoas, entre motoristas e auxiliares operacionais, para realizar limpeza corretiva nestes pontos de descarte, com custo superior a R$ 1 milhão ao ano, e que a maioria do que é retirado não pode ser reaproveitada, com destino ao aterro sanitário, cujo valor é de R$ 300 mil ao ano.

Destino adequado

O Ecoponto é o local adequado para entregar os resíduos volumosos. Em Capoeiras, a Comcap mantém o local aberto todos os dias da semana, das 7h às 19h, no antigo terminal de integração.

Rogério Zambiasi é um dos recicladores que costuma entregar os resíduos que recolhe em prédios e até na rua ao Ecoponto de Capoeiras. Segundo ele, as pessoas querem saber para onde será encaminhado o resíduo que entregam. “A pessoa se preocupa que eu não jogue na rua.” Zambiasi já trabalhou em caminhão de mudança e hoje sobrevive, paga seu aluguel, com a reciclagem. “O mais importante é ter serviço e estar trabalhando”, comentou.

homem puxa sacola de cima de carrinho de coleta ao lado de uma grande caçamba
Rogério Zambiasi leva os resíduos ao Ecoponto de Capoeiras – Foto: Adriana Baldissarelli/Divulgação
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