Empresas do Contorno Viário rompem contrato a 5 meses da entrega da rodovia

    Túnel sem fundo com máquinas de obra dentro
    Entrega de nova rodovia da região metropolitana depende de construção de 4 túneis - Foto: ALS/Divulgação/CSC

    A construção do Contorno Viário da Grande Florianópolis, uma importante obra de infraestrutura na região, enfrenta mais um obstáculo com o rompimento do contrato entre a concessionária Arteris e a empreiteira Azevedo & Travassos (A&T) confirmado nesta quarta-feira (5/7) após crise entre as partes. Esse é o terceiro grande distrato ocorrido recentemente na construção do anel viário da capital catarinense.

    Nos últimos meses, trabalhadores da Azevedo & Travassos realizaram uma série de protestos em relação às condições de trabalho. Entre as principais reivindicações estavam a péssima qualidade das refeições fornecidas, o pouco tempo disponível para os operários encontrarem suas famílias, que muitas vezes residem em outras regiões do país, e a falta de pagamento de salários, resultando em bloqueios rodoviários no entroncamento do Contorno com a BR-282. Os problemas causaram um clima de insatisfação generalizada entre os trabalhadores da empreiteira, que começaram a ser demitidos na terça (4).

    A Azevedo & Travassos se defende das acusações de atraso no pagamento dos operários e afirma que irá processar a Arteris por divergências contratuais. Segundo a empreiteira, a responsabilidade pelo não pagamento dos salários não é sua, mas sim da concessionária, que não cumpriu com as obrigações financeiras acordadas e que não tem responsabilidade pela paralisação da obra.

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    + Tarifa de pedágio é dúvida mesmo com conclusão do contorno

    Por sua vez, a Arteris Litoral Sul, controladora do trecho da BR-101 entre Palhoça e São José dos Pinhais (PR) e responsável pela execução da obra do Contorno Viário da BR-101, justifica o rompimento do contrato unilateralmente como uma medida necessária: “As atividades neste segmento apresentaram descompasso com as condições contratuais e encontravam-se comprometidas desde 7 de junho por causa da paralisação dos colaboradores da contratada por falta de pagamento de salários, conduta essa considerada inaceitável pela Arteris e que compete exclusivamente à contratada”.

    A Arteris Litoral Sul afirma que buscou, de forma proativa e colaborativa, negociar com a construtora, inclusive oferecendo medidas financeiras para manter o contrato. A A&T também confirma que tentou negociações amigáveis desde maio desse ano.

    A concessionária ressalta que está empenhada em estudar alternativas para dar continuidade à obra no menor prazo possível e que vai manter o prazo de dezembro de 2023 para conclusão.

    A Azevedo & Travassos era responsável pelos trevos de interseção da futura rodovia com a BR-101 Sul e com a BR-282, além de 9,6 quilômetros de pistas duplas.

    Apesar do distrato com a empreiteira, as obras nos demais trechos do Contorno Viário seguem normalmente, com 82,5% de conclusão, faltando cinco meses para a entrega da rodovia.

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