Governo estadual inicia identificação de desmatamento ilegal por satélite

    IMA começa a operar o Simad, que cruza base de dados para dar o flagrante

    O governo de Santa Catarina começou a utilizar uma ferramenta de monitoramento do desmatamento ilegal em todo o estado. O programa, denominado Sistema Integrado de Monitoramento e Alertas de Desmatamento (Simad), é operado pelo IMA, com uso de imagens de satélite de alta resolução para identificar áreas menores do que um campo de futebol que foram suprimidas.

    Uma das novidades é que o programa cruza dados para saber se aquele desmate é ilegal, verificando outras bases de dados ambientais. Automaticamente o sistema indica a infração.

    A promessa é executar o monitoramento total do território catarinense uma vez por mês. Assim, será possível comparar com mais agilidade onde há a supressão de vegetação nativa.

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    A ação também serve, em parte, para compensar a retirada da Polícia Militar Ambiental dos flagrantes e multas presencialmente, trabalho que passou a ser exclusivamente do IMA após a aprovação do novo código ambiental de SC.

    Governo estadual inicia identificação de desmatamento ilegal por satélite
    Primeiro alerta do sistema mostrou seis áreas desmatadas na Grande Florianópolis – IMA/Divulgação/CSC

    Como funciona o Simad

    O sistema identifica, por meio de imagens orbitais de alta resolução, a diferença de cobertura vegetal ocorrida mensalmente em todo território catarinense. São avaliados mosaicos com até 4,7 centímetros de resolução espacial, disponibilizados pelo programa Nicfi, do governo norueguês.

    O Simad, que funciona em código aberto, cruza os dados com outros sistemas, como de licenciamento, do Sinaflor, do Ibama, autos de infração, Cadastro Ambiental Rural (CAR) e espaços territoriais especialmente protegidos (APP, Reserva Legal, unidades de conservação), entre outras camadas. Identificada uma infração, há a emissão de um alerta.

    De acordo com o Instituto do Meio Ambiente, a principal vantagem é a abrangência alcançada, seja em um município, região ou todo estado, em um curto espaço de tempo e com frequência de revisita.

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    No caso de identificação de desmatamento ilegal, as multas são calculadas entre R$ 5.000 a R$ 7.500 por hectare derrubado. Alguns agravantes podem aumentar o valor da multa, como a existência de áreas de preservação permanente, reincidência do infrator e espécies ameaçadas.

    Com o sistema já operando, na semana passada o IMA identificou desmatamento ilegal em ao menos seis locais da Grande Florianópolis – nos municípios de Angelina, Águas Mornas e São Bonifácio. Equipes do IMA e da Polícia Ambiental foram aos locais para confirmar o flagrante e calcular exatamente o dano ao meio ambiente.

    O IMA afirma também que em breve irá disponibilizar um painel público com imagens e informações sobre o desmatamento em Santa Catarina.

    Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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