Governo vai proibir a permanência das pessoas em todos os espaços públicos de Santa Catarina

    Pessoas poderão passar, mas não permanecer em parques, praças e praias em todo o estado; divisas estaduais e internacionais serão fechadas para transporte coletivo

    moisés e zeferino sentado atrás de mesa e no fundo painel do governo com logos
    Com 21 casos de coronavírus confirmados em SC, governador (à esq.) diz que número real é muito maior - Reprodução/CSC

    Em entrevista coletiva online no início da noite desta quinta-feira (19/3), o governador, Carlos Moisés (PSL), e o secretário de Saúde, Helton Zeferino, atualizaram a situação do coronavírus em Santa Catarina. Até o momento são 21 casos confirmados, mas, como diz, moisés, “tende a ser muito mais porque há muitos casos assintomáticos”, que deverão aumentar nas próximas horas.

    “São 21 casos comprovados e no momento 300 amostras coletadas, em avaliação. Há suspeitos em todas as regiões do estado. A patologia não é adstrita ao litoral. Os quadros suspeitos são em todas as partes, por isso reforço o pedido para as pessoas cumprirem o isolamento social”, disse Helton Zeferino.

    Recursos e ajudas

    Segundo o governador, o Tribunal de Justiça e a Assembleia Legislativa de SC já fizeram as devoluções para o governo, de R$ 10 milhões e R$ 20 milhões, respectivamente, diretamente para o Fundo da Saúde, assim como o envio de R$ 14 milhões pelo Ministério da Saúde, somando R$ 44 milhões até o momento para o combate à pandemia. O recurso federal deverá ser enviado aos municípios que tem unidade de pronto atendimento.

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    De acordo com Zeferino, o dinheiro será usado imediatamente na compra de insumos, kits de teste para o coronavírus e pagamento da folha, especialmente na área da saúde e segurança. O secretário destacou que a pasta estadual está fazendo compras também no mercado internacional para suprir os insumos necessários nesse momento. Ele lembrou que os testes para a covid-19, quando necessários, também podem ser feitos nas redes particulares.

    Moisés revelou que diversos setores da sociedade catarinense o estão contatando para saber como ajudar. “Tenho sido procurado por diversas pessoas, empresários, entidades, para saber como podem contribuir para comprar um leito de UTI e doar ao estado. Muitas pessoas querendo comprar equipamentos para o estado, até mesmo construir hospitais modulares, querendo contribuir para que a gente diminua o tamanho desse desastre em Santa Catarina”, disse o governador. Ele afirma que o governo ainda vai se posicionar sobre como as pessoas poderão ajudar e que há ao total 801 leitos de UTI em SC.

    Ainda de acordo com Moisés, o governo estuda um planejamento para subsídio na alimentação, com respeito à merenda escolar. Sua gestão também estudar adiantar para maio o repasse do Fundo de Assistência Cocial para Cras e Creas dos municípios e facilitar a concessão de créditos a juro zero para socorrer micro e pequenos empresários.

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    Fechamento de espaços públicos e divisas

    O governador também anunciou que um novo decreto amplia o decreto anterior, que trata das restrições ao convívio social, criando duas novas restrições: a circulação e o ingresso no transporte catarinense de veículos de fretamento e transporte coletivo interestadual ou internacional estão proibidas; também fica proibida a permanência de pessoas em espaços públicos, de uso coletivo, como parques, praças e praias. Alguns municípios, como a capital, já regulamentaram, que é evitar a aglomeração nos espaço públicos. O governo ainda não revelou quando sai essa reedição do decreto e quanto tempo vai durar.

    “A decisão mais acertada é o isolamento social. E uma das decisões, eu posso garantir, foi a determinação de não termos o transporte coletivo funcionando. Existe algumas regiões do Brasil que ainda têm e eu acredito que esse vai ser um dos meios de proliferar rapidamente no território dos outros estados que não fizeram essa restrição”.

    Moisés também pediu que as pessoas parem de ir aos cultos. Falou que a fé é importante, mas citou os casos de dezenas de padres mortos na Itália.

    O secretário de saúde catarinense destacou que as medidas que estão sendo adotadas no estado são mais amplas do que em outros estados e no âmbito federal. A possível decretação de um estado de calamidade em SC, a exemplo do nível federal, dependerá da curva de casos nos próximos dias. O governo está avaliando como são esses dois primeiros dias de decreto de emergência, restringindo a maioria dos serviços no estado, para estabelecer mais ações.

    “Precisamos entender que, dependendo da ação que tivermos nesse momento, nós teremos um resultado em território catarinense maior ou menor”, disse Zeferino.

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