Inflação em um ano na capital chega a 8,3%, aponta Udesc

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    Gasolina subiu 13,7% em Florianópolis em maio de 2021 – Divulgação/CSC

    De acordo com levantamento da Udesc, a inflação percebida pelos consumidores de Florianópolis chegou a 1,3% em maio e a 8,3% no acumulado dos últimos 12 meses. Só neste ano, os preços já subiram 4,1%. O índice mensal não ultrapassava a marca de 1% desde novembro de 2017. Já o acumulado em 12 meses estava abaixo de 8% desde setembro de 2016.

    Os dados são levantamento mensal chamado índice de custo de vida (ICV), calculado pela universidade estadual.

    Combustíveis e energia puxam alta

    Mas os aumentos de maio não foram generalizados. Apenas dois itens pesquisados (combustíveis para automóveis e energia elétrica) tiveram impacto de 60% na alta geral da inflação no mês. De acordo com o coordenador do ICV, Hercílio Fernandes Neto, se não tivesse havido nenhum aumento de preço nesses dois itens, a inflação de maio seria de 0,5%, menos da metade do registrado.

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    Os combustíveis para automóveis, que tiveram uma redução expressiva nos preços em abril (-6,17%) voltaram a subir com força, anulando a queda do mês anterior com folga. O aumento em maio na bomba foi de 9,7%. No caso específico da gasolina, foi ainda maior (13,4%).

    Energia elétrica

    Já as tarifas de energia elétrica residencial subiram 5,4%. A razão é a crise hídrica na Bacia do Paraná (ondem ficam algumas das principais usinas hidrelétricas do País, incluindo Itaipu), o que levou a elevação da bandeira tarifária de amarela para o patamar da bandeira vermelha.

    Segundo Fernandes Neto, já está “contratado” novo aumento nas tarifas de energia para este mês de junho. “A bandeira vermelha, que estava no patamar 1 em maio, já foi alterada para o patamar 2, o mais alto”, explica o coordenador do ICV/Udesc Esag. “Isso já garante uma alta de cerca de 5% para junho”.

    Alimentos e eletrônicos

    A inflação de maio não foi mais expressiva por conta da estabilidade dos preços dos alimentos (-0,10%), que correspondem a mais de um quinto do orçamento das famílias. Houve uma ligeira queda nos preços dos alimentos comprados em feiras e supermercados (-0,30%), compensada pelo aumento das refeições consumidas em lanchonetes e restaurantes (0,24%).

    Houve aumento expressivo em maio nos preços dos artigos de residência (2,86%), grupo que tem impacto de quase 8% no orçamento das famílias. Nesse caso, a alta foi puxada principalmente pelos eletroeletrônicos e produtos da linha branca, que subiram 5,58%. Houve aumento de custos no setor, com a alta do dólar e a escassez de chips eletrônicos durante a pandemia.

    Os dados são calculados pelo Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag).

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