Um em cada 5 rios monitorados em SC tem água considerada boa

    Boletim de qualidade dos cursos d'água aponta que maioria é considerada razoável

    O boletim de qualidade da água dos rios em Santa Catarina publicado nesta semana mostra que apenas 8 dos 40 cursos monitorados no estado chegam à uma boa condição de qualidade da água, conforme parâmetros mínimos de limpeza. 32 pontos foram classificados como razoáveis.

    Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), que publica o boletim Qualiágua a cada trimestre sobre os rios da vertente Atlântica, o cenário mais evidente é de que a maior parte das irregularidades é a presença excessiva de coliformes termotolerantes na água, relacionados a lançamentos de esgotos domésticos não tratados ou efluentes de criação animal.

    O resultado da qualidade da água é estabelecido com a análise de cinco parâmetros: quantidades de cloreto, nitrato, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, além dos coliformes. Juntando-se esses quesitos chega-se ao índice de qualidade da água (IQA), com cinco níveis de classificação, numa escala que vai de 0 a 100.

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    Dos 40 pontos monitorados, 16 apresentaram piora para o relatório de março, 3 se mantiveram iguais e 21 apresentaram melhora dos parâmetros de qualidade da água.

    rio vargem do braço normalizado com mata em volta mostra condição hídrica em santa catarina melhor, mas ainda em atenção
    Rio Vargem do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz – Divulgação/CSC

    Rios mais poluídos e mais limpos

    De acordo com relatório de junho, o Vale do Itajaí é onde há a maior concentração de poluição. Os pontos de monitoramento 11 (Rio Itajaí Mirim) e 40 (Rio Camboriú) tiveram as piores avaliações, com IQA em 51, quase no patamar ruim de qualidade de água. Os locais ficam em Brusque e Camboriú, respectivamente, e o principal parâmetro que prejudica a qualidade da água é o índice de coliformes.

    Já o início do curso do Rio Itajaí do Sul em Alfredo Wagner também teve classificação baixa, com IQA em 53. O curso d’água contém muito fósforo e apresenta alta turbidez.

    O detalhamento das análises mostra que há também uma preocupação com a quantidade de nitrato na água, o que possivelmente indica a utilização de fertilizantes agrícolas na região ou a presença de esgotos. Nesse quesito o ponto com maior concentração de nitrato foi em Braço do Norte.

    Dentre os pontos com classificação boa, o ponto 38, no Rio D’Una, localizado em Paulo Lopes, apresentou o melhor valor de IQA, em 89. A segunda melhor avaliação de água de rio em SC ficou em São João do Sul (IQA 84).

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    Grande Florianópolis

    O rio Cubatão, em Palhoça, que abastece a maior parte da região metropolitana da capital, é monitorado em dois pontos, em Santo Amaro da Imperatriz, onde a qualidade da água é um pouco melhor (IQA 66) e usado para captação, e na foz, em Palhoça, onde é considerado salobro e com muito material sólido em suspensão (IQA 65). Já o Rio Biguaçu chegou a 64 pontos, considerada boa, e o Rio da Madre, entre Paulo Lopes e Palhoça, teve a terceira melhor classificação da qualidade da água.

    Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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