Governo apura denúncias e começa a treinar professores para situações de violência

    O Governo do Estado emitiu comunicado nesta quarta-feira (12/4), uma semana após o ataque a uma creche em Blumenau, afirmando que não há motivo para pânico com a segurança nas escolas. Nos últimos dias milhares de famílias estão com receio de que os filhos vão à escola, com medo se novos ataques.

    Segundo o governador, Jorginho Mello, as crianças podem ir às aulas sem medo porque há diversos trabalhos da segurança pública para fortalecer o ambiente escolar e investigar tanto as denúncias de ameaças, quanto o ataque à creche Cantinho do Bom Pastor.

    “Partimos para a ação imediata e estamos construindo outras para minimizar os impactos dessa tragédia que abalou não só Santa Catarina, mas também o Brasil. O Governo do Estado está dando respostas para oferecer às famílias um pouco mais de segurança e paz no coração do pai, da mãe, do vô, da vó, para que mandem seus pequenos à escola”, disse o governador.

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    Na próxima quinta-feira, 13, e sexta-feira, 14, a Secretaria realiza uma formação em parceria com a Polícia Militar para os professores da rede estadual. O treinamento irá abordar medidas de prevenção em casos de violência no ambiente escolar.

    Em Blumenau, em parceria com o município, foram treinados 400 professores no Projeto Prevenção Escolar, para ocorrências de terrorismo doméstico com múltiplas vitimas. Segundo o goverbo esse tipo de terrorismo é objeto de estudo nas novas doutrinas e previsto na Lei Antiterrorismo (13.260/2016). O treinamento não havia ainda chegado à Creche Cantinho do Bom Pastor.

    Não há indícios de mais ataques em escolas

    Desde o ocorrido, a Polícia Civil está em uma força-tarefa com três unidades dedicadas ao atendimento e verificação de denúncias. Duas unidades se juntaram à de crimes cibernéticos e 100% das denúncias estão sendo apuradas. De acordo com o delegado Gustavo Madeira da Silveira, diretor de Inteligência da PCSC, a maioria das denúncias já apurada se refere a três situações específicas: adolescentes que sofrem bullying e acabam vendo na situação uma forma de se impor aos colegas, fazendo ameaças; estudantes que espalham boatos na tentativa de que haja suspensão das aulas; crianças que levam objetos e armas brancas de casa na intenção de se defender de um possível ataque.

    “Está nítido que a situação serviu de gatilho para crianças e adolescentes, muitas vezes influenciados por conteúdos de redes sociais e aplicativos de mensagens”, diz o delegado. Madeira explica que quando há indicação de ameaça concreta, os policiais vão até o local para investigar. De acordo com o delegado, as informações estão circulando muito mais na rede aberta do que na deep web, que é onde geralmente os criminosos organizam suas ações. “São milhares de denúncias, muitas delas motivadas por notícias falsas que estão circulando. Podemos afirmar que não existe nenhum indício de movimento organizado para ataques em escolas”, completa. A Polícia Científica está trabalhando para rastrear ameaças na internet.

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    Policiais nas escolas

    Além do trabalho de investigação, o governo estadual pretende colocar em todas as escolas da rede estadual um policial ou bombeiro armado. O efetivo será a partir da expansão do número de vagas para Policiais Militares da Reserva (CTISP).

    O Projeto de Lei construído pela Secretaria de Estado da Casa Civil estipula os termos:

    Deverá haver um policial da reserva armado em cada uma das escolas da rede pública estadual;
    O trabalho será efetuado preferencialmente por militares (policiais e bombeiros), mas também por policiais civis e penais se houver demanda;
    O expediente dos policiais será definido pela Secretaria da Educação;
    Os policiais estarão dentro da escola durante todo o período escolar.
    O PLC deve ser protocolado na Assembleia nos próximos dias e a análise dos deputados deve ser rápida.

    O governo informou que ideia é atender também as escolas municipais por meio de termos de cooperação com as prefeituras para que os agentes possam atender essas instituições. Esse Projeto de Lei vai ser elaborado pela Assembleia Legislativa.

    Prevenção e próximos passos

    Para prevenir as práticas de terrorismo doméstico com múltiplas vítimas, como o que ocorreu em Blumenau, a PMSC irá difundir as novas técnicas de prevenção. A técnica consiste em treinar os professores e funcionários para se defenderem de possíveis ações criminosas

    O treinamento vai orientar as vítimas em potencial a se defenderem quando houver ataque de um agente invasor.

    Um cartaz virtual com orientações sobre como agir nestes casos está sendo publicado e enviado nas redes da Polícia e ensina os três passos: fugir, esconder, lutar. A ideia é disponibilizar o arquivo para impressão e fixação nas escolas.

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