Grupo de estelionatários de Palhoça que dopava vítimas é condenado

Associação criminosa - quatro pessoas quem dopavam as vítimas com medicamentos - foi condenada entre seis e oito anos de prisão

Criminosos foram presos pela Polícia Civil em setembro de 2018 - Foto: PC/Divulgação
Criminosos foram presos pela Polícia Civil em setembro de 2018 - Foto: PC/Divulgação

Um grupo de estelionatários, que aplicava golpes em vítimas fragilizadas emocionalmente, foi condenado com penas entre seis anos a oito anos de reclusão, além de indenizar as duas vítimas identificadas em ação do Ministério Público.

A associação criminosa agia em Palhoça e em cidades vizinhas, enganando as vítimas “de forma ardilosa e organizada”, como relata o MPSC, e tendo cada um dos réus um papel específico na execução do crime.

De acordo com o Promotor de Justiça Márcio Conti Junior, ao se aproximarem de suas vítimas (pessoas que demonstravam certa fragilidade emocional ou ignorância de negociação), os criminosos mostravam-se bastante amigáveis, influentes, distintos e prometiam solucionar os problemas que vinham sendo revelados pelas vítimas. Após ganhar a confiança delas – inclusive dopando-as com medicamentos -, os réus passavam a enganá-las e elas lhes concediam documentos, procurações, acesso a contas bancárias e bens.

O grupo de estelionatários
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– Patricia Vargas Ajard apresentava-se como pessoa bastante influente e com diversas profissões (promotora de Justiça, detetive, terapeuta holística, administradora e perita, por exemplo), ou seja, qualquer coisa de que a vítima precisasse;

– Marcelo Ajard de Oliveira exercia o papel de advogado e se comprometia a resolver todos os problemas jurídicos da vítima, muitos dos quais eram causados pelo próprio grupo, e dava presunção de credibilidade em documentos fraudados;

– José Guilherme Marson Guidi apresentava-se como dentista e pessoa com grande poder aquisitivo, mas que passava por problemas de separação e, sob alegação de ter bens bloqueados, pedia ajuda financeira das vítimas; também se aproximava delas de maneira amorosa;

– Luzia Velho Dionissa Medeiros aproximava-se sob discurso de apoio espiritual às vítimas – ao que consta, realizando rituais – e também atuando no fornecimento de medicamentos que alteravam a lucidez das vítimas.

Os integrantes da associação criminosa foram presos em flagrante em setembro do ano passado, após a Polícia Civil ser acionada pela família de uma das vítimas. A prisão em flagrante foi, em seguida, convertida em prisão preventiva.

Os réus foram condenados, ainda, a indenizar as duas vítimas por danos morais e materiais. Uma delas deverá receber R$ 100 mil e a outra, R$ 80 mil.

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