Grupos reflexivos para agressores de mulheres podem ser ampliados em Florianópolis

Grupo único até agora, sediado na UFSC, já recebeu mais de 140 homens em um ano

Grupos Reflexivos que discutem com agressores de mulheres as ideias e conceitos que formam uma cultura do machismo devem ser ampliados em Florianópolis. A iniciativa na cidade conta atualmente com um grupo, o projeto Agora, na UFSC, ao qual 140 homens foram encaminhados somente em 2022 pelo Tribunal de Justiça.

Esses grupos se propõem a discutir temas como sexismo, relações de gênero, machismo, conceituação de violência e outros temas que promovam masculinidades saudáveis e o enfrentamento das agressões contra as mulheres. O grupo da UFSC é um projeto piloto na cidade, para auxiliar a prevenir a violência.

A aposta da justiça estadual, através da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica (Cevid), é ampliar o serviço em Florianópolis, em provável parceria com a prefeitura. Na próxima segunda-feira (30), integrantes da Cevid, município e Grupo Vida Mulher reúnem-se para discutir a expansão dos grupos na capital.

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“A função dos grupos é promover a responsabilização reflexiva com homens autores de violência, um trabalho coletivo e que subverte os sentidos e significados da homossocialização masculina”, explica Michelle Hugill, secretária da Cevid.

Ela explica que, apesar da importância da modalidade, há um problema de efemeridade nos grupos reflexivos, muitas vezes criados por uma pessoa ou instituição e rapidamente desfeitos com a saída da articuladora. Com a disposição de uma prefeitura, por exemplo, os grupos podem ser mais duradouros.

Carteiras em círculo
Atualmente SC tem cerca de 31 grupos de reflexão ativos – Foto: Pixabay/Divulgação/CSC

“Fomos convidados pela Giovana, do Grupo Vida Mulher, um movimento que partiu de médicas de Santa Catarina e que o TJSC participa, para uma reunião com a Somar. Foi daqui que começamos a conversa mais direta com a prefeitura de ampliação no trabalho com os homens em Florianópolis e verificamos que havia um interesse mútuo”, conta a especialista. A reunião deve encaminhar como será realizada essa política em Florianópolis e quantos grupos podem ser criados.

Em levantamento recente foram identificadas 312 iniciativas similares com homens autores de violência doméstica em funcionamento no país. Santa Catarina é o terceiro estado em quantidade de grupos (31), em geral com 10 a 11 participantes, incluindo mulheres.

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