Operação Terra Limpa, em Palhoça, tem alvos nas secretarias da Fazenda e Infraestrutura

Em janeiro outra operação da Polícia Civil investigou fraudes similares na Prefeitura de Palhoça

A Polícia Civil iniciou nesse ano uma investigação sobre um esquema ilegal de facilitação de regularização fundiária em Palhoça. Nessa terça-feira (22/12) a operação foi deflagrada, sob o nome Terra Limpa, para captar provas dentro das secretarias municipais da Fazenda e de Infraestrutura.

De acordo com a delegada Isabel Fauth, os crimes apurados até agora datam desde de 2017 e seguem até 2020. O que está certo até agora é que agentes públicos e políticos aliciavam os cidadãos que chegam na prefeitura para solicitar a regularização, levando-os à serviços particulares de empresas com a mesma finalidade, porém cobrando uma taxa pelo procedimento e prometendo um trâmite mais acelerado, uma vez que utilizavam de seus cargos para facilitar o processo.

A delegada não confirmou quantos alvos são investigados no momento. Ao Correio ela explicou que nesse momento não foi solicitada prisão de nenhum envolvido.

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Em janeiro, uma operação similar da Polícia Civil, sem nome, investigou práticas ilícitas similares dentro da Prefeitura de Palhoça. O esquema era para liberação de alvarás, nos mesmos moldes: os funcionários da prefeitura desviavam para empresas as demandas municipais, para poderem cobrar pelo serviço e facilitar o trâmite com suas posições dentro do poder público.

“A operação (Terra Limpa) não se relaciona, ao menos por ora, com a operação deflagrada em janeiro. No decorrer das investigações, com aprofundamento e análise de documentos, pode ser que os fatos se conectem”, explica a delegada da Decor (Delegacia de Combate à Corrupção). Ela também afirma que não há levantamento completo de quantos pedidos de regularização fundiária foram desviados para cobrança nas empresas e qual o montante de dinheiro envolvido no esquema.

Prefeitura diz que vai investigar também

Em nota, a Prefeitura de Palhoça afirma que abriu processo administrativo para apurar as condutas dos envolvidos.

“O município informa que está colaborando com as investigações. Ao tomar conhecimento da situação, o prefeito Camilo Martins determinou à Procuradoria Geral do Município que oficialize à delegacia que investiga o caso acesso ao inquérito para poder instaurar processo administrativo e verificar possíveis ilegalidades. O prefeito também determinou a abertura de processo administrativo contra os servidores supostamente envolvidos, após ciência do inquérito pela Procuradoria”, diz a nota da prefeitura.

Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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