Catharina Sour é reconhecido como primeiro estilo brasileiro de cerveja

    Cervejeiros especialistas do Beer Judge Certification Program (BJCP) incluíram o estilo de cerveja Catharina Sour, uma bebida mais ácida e com adição de frutas, no catálogo internacional e que passa a ser a primeira representante do país entre os estilos de cerveja reconhecidos.

    “O frescor e a vibração do sabor, a qualidade refrescante, a acidez que realça os sabores da fruta e o respeito com os ingredientes”. De acordo com o presidente do Beer Judge Certification Program (BJCP), Gordon Strong, estas são as características que marcam a Catharina Sour. Criado em 2016, o estilo brasileiro de cerveja foi incluído definitivamente no mais importante guia de estilos do mundo no final de 2021. Depois de uma atualização das diretrizes do estilo realizada em conjunto com cervejeiros brasileiros, agora está oficialmente adicionada ao BJCP.

    Estilo “Catarina Sour” é reconhecido como primeiro estilo brasileiro de cerveja
    Com adição de frutas, Catharina Sour é incluída em guia internacional e é reconhecido como primeiro estilo brasileiro de cerveja – Pixaby/Divulgação/CSC

    Strong comenta que, desde 2018, pessoas de fora do Brasil aprenderam sobre o estilo e brasileiros foram incentivados a fazê-lo ainda mais. “Durante uma visita ao país, provei muitas amostras, tanto de cervejeiros caseiros quanto de marcas comerciais. A Catharina Sour é um estilo atual. Uma Catharina Sour bem feita é refrescante em dias quentes e gosto muito de como as frutas são apresentadas de forma muito natural e fresca”, comenta.

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    De acordo com o BJCP, a Catharina Sour é uma cerveja refrescante de trigo, ácida e com frutas que normalmente apresentam um perfil tropical. Tem um corpo leve e a graduação alcoólica contida. No aroma, a fruta é identificada de forma imediata e a coloração também muda de acordo com a variedade selecionada. Especiarias, ervas e vegetais podem complementar a receita.

    Diversidade representada

    Para Carlo Bressiani, diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM), única instituição de ensino superior dedicada à cerveja na América Latina, a Catharina Sour teve uma ascensão tão rápida por conseguir, através da adição de frutas, representar a diversidade brasileira. “Na gastronomia, o Brasil é reconhecido pela infinidade de ingredientes e pela regionalização. A partir de uma cerveja que possibilita a adição de frutas características de regiões diferentes, é possível que se crie um mapa sensorial a partir da Catharina Sour”, diz. Bressiani lembra como exemplos rótulos com seriguela, cupuaçu, frutas vermelhas, uvas e outras variedades.

    Outro aspecto importante do estilo para Bressiani é a ampliação da percepção do consumidor sobre o que é cerveja. “A partir da curiosidade gerada pela adição de frutas, a degustação provoca o público a entender a cerveja como um produto com possibilidades de sabor muito maiores do que se via há pouco tempo. Num mercado tão jovem para os rótulos artesanais independentes como é o Brasil, isso é muito importante”, diz ele, que complementa que a acidez como característica também fomenta esta percepção.

    Carlo Bressiani, diretor da ESCM – Divulgação/CSC

    Lançamentos de Catharina Sour

    Em 19 de janeiro, 64 cervejarias de 10 estados brasileiros apresentarão simultaneamente ao público as suas receitas de Catharina Sour. Cada cervejaria fez a sua receita e os rótulos chegarão ao mercado no mesmo dia, com a mesma identidade visual.

    De acordo com o Movimento Toda Cerveja, que realiza a ação, o intuito é chamar a atenção para o movimento cervejeiro independente e expandir o estilo para além do público cervejeiro. Conforme publicação do movimento, por ser uma opção bem diferente daquelas consolidadas no paladar nacional, como as Ipas e as Weiss, a Catharina Sour pode também ocupar um posto similar nas preferências do brasileiro.

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